sábado, 28 de abril de 2012

A vida não sei explicar , me vejo
 a viver na simplicidade  do dia a dia .
De repente me confronto com ,
a complexidade do meu ser.
Mel , melaço , melancolia ,
sal , lágrimas ao mar .
Algodão, nuvens a passar ,
céu , sétimo lugar .
Outro verso surge ,
Vento , furor , penar ,
manhã , nascer, brilhar ,
Plantar , florescer , pomar ,
emoção inexiste cá .
Onde gosto de fel ,
 vem do teu olhar.

Parei um tempo de viver ,
foi um querer estacionar.
Na corrida da minha saudade ,
carícia mórbida faz matar .
Insanidade impura galopa ,
dentro de minha alma  ôca .
Digo a mim da sede de ser ,
ser eu , ser torta , ser horta .
Na flora de uma seca árvore ,
fico à sombra da solidão .

sábado, 21 de abril de 2012

Ei voces ! Tô procurando gavetas,
caixas de papelão , latas de biscoitos,
oratórios e baús da vovó .

Quero guardar neles minha infância ,
as arrengas , as surras que mamãe me deu,
as brincadeiras ,as traquinagens , o cheiro dos cajus ,
o esconderijo no quintal .

Quero manter  minhas doces lembranças bem guardadas,
as férias na Serra , as visagens e assombrações ,o medo do
vovô Chiquim , os cascudos  , cocorotes e belicões
os cinco gatos e doze cães .

Guardar tudo que tive , de bom de ruim , tudo , tudinho
pra min , pois assim posso ensinar a meus filhos ,o começo
e o fim , e dizer-lhes que felicidade não faz, mas se constrói
um lar desse jeito, simples assim.

Adriana Noronha .
Nem sei

Eu não sei o que faço aqui .
Deus nos legou a dúvida .
mas nos regou de FÉ .
Eu é que insisto em não crer .
Que um dia quem sabe ...
Ainda hei de ser .
Dez ?

Dez minutos apenas !
Eu vou escrever o quê ?
Existem tantas coisas mil  !
Mas não da pra raciocinar .
A vida , é impossível cronometrar .
Ao nascermos  a morte já esta  a nos esperar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Meu mundo tá aqui dentro de mim ,
ele é enorme , engraçado , as vezes opaco .
Mas é meu , sou eu , sou tudo , sou Deus ,
lá tenho nervos de aço .
Porem as vezes me embaraço ,
me divido no que deixo de  fazer ,e no que não faço .
Meu mundo é meu só meu ,
mas todos podem entrar .
Difícil vai ser dele escapar ,
afinal não sei onde ele está .
Pois sou pouca , louça , rouca .
e por muitas vezes louca .
É estranha minha roupa , por isso desnudo minh'alma .
que ora me devora.



Toda noite eu retorno ,
a minha antiga casa .
Abro o portão  , vejo o jardim ,
perambulo pelos cômodos .
Deito em minha cama ,
vislumbro meu pai ,mãe e irmãos ,
todos juntos à mesa .
Toco em meus vestidos bordados ,
minhas bonecas , minha farda escolar .
Mas lá , em outra dimensão chamada Bahia ,
alguem me chama , grita meu nome .
Acordo , não estou mais lá ,
porem a noite  dormirei e irei de novo ao meu lar.
Eu não sei como são ,
as tuas tardes de domingo.
Mas sei bem das minhas ,
tardes de domingo .
São quase seis e meu crespúsculo ,
está cor de laranja .
Dizia meu pai "a cor da guerra" ,
ela me causa pavor !
Não pavor da guerra ,
mas da solidão .
Ela é fera , ela dilacera ,
vem volta pra mim .
Me faz de novo existir,
me traz de volta à Terra .

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ah , com é pesada minha alma .
É tão duro meu travesseiro .
É muito escura minha noite .
A lua é torta , não vejo a porta .
A rua de minha vida é morta .
Porem sobrevivo , revivo pois
sei , que tu volta....
Quando a inspiração , invade-me .
Tento com meu lápis aprisioná-la ,
num pedaço de papel rasgado .
Porem ela desipa-se  no ar ,
que nem minha alma , que nunca consigo achar .

basta anoitecer , e enquanto
todos dormem ...
Eu perambulo em meus
pensamentos.
Mergulho em minha solidão ,
me afogo,me perco, desapareço.