sábado, 21 de julho de 2012

Amar e nunca revelar .

A menina no balanço , embala seus sonhos ,
suas esperanças e ilusões , seus amores e paixões , no
ar seus cabelos misturam-se a brisa envolvente do amor .
As nuvens ouvem seu chamado , seu clamor ,tão absorta
na cadência daquele vai e vem , ignora o mundo ao redor
e não vê Eros a empurrar aquele balanço cada vez mais além .
Seu coração flutua livre  , sua alma mergulha naquela
cadência inebriante , até aquela robusta árvore entrega-se a magia
 daquela menina que apenas  ama .
Aqueles minutos de fantasia são infinitos , e a bela menina  sonha em
seu balanço , na sua arvore , um segredo guardado no coração não 
a deixa provar desse amor , resta-lhe só balançar ,balançar ,amar ,amar e nunca revelar .


Adriana Noronha .

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bons tempos 


É daqui do alto da minha imaginação que vejo o cotidiano lá de casa , o papai na oficina onde as filhas não podiam circular por causa do movimento masculino , (precavido ) a mamãe no fogão cheio de panelas enormes e cheirosas , o mais bonito , William chegando do exército e indo aguar o gramado e limpar a quadra ,(que era redonda ) a Rogena estudando com as colegas da Unifor , a Régia indo para o basquete no SESI , o Reinaldo entalhando a madeira ,transformando-a em arte , a Raquel a arrumar-se no espelho (esperando o Marcelino ) o Rangel fazendo um curso de acrópole , o Reginaldo chegando de Toyota azul lá de Mossoró , o Michael nos seus alteres moldando músculos dos alunos , eu indo nadar das 17:00 as 20:00 no BNB ,o André pulando a janela na hora do racha (futebol ) o Rogério evoluiu mais cedo foi ser grande lá no Crato a Regina casou e levou o Ricardo lá pra Bahia ,e assim o tempo passou , e na semana que vem a MATRIARCA dessa saga completará 90 ANOS e nós que crescemos e perdemos um pouco da magia de sermos crianças , vamos dar uma pausa na vida de adultos e vamos viver de novo OS BONS TEMPOS .

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sentada na Lua sozinha .

 Por uma vez em minha vida , resolvi ser feliz ,
 tarefa difícil , pensei , nunca impossível .
 Deixei de pensar em mim mesma , para  poder 
 pensar em viver , então desci  do céu .
 Consegui ver o mundo ao meu redor , e pensei que
 não seria  tão ruim  estar entre os mortais .
 Mas as pessoas  passavam ao meu redor , presas em si  como 
 pássaros de pluma muito exuberantes , porém  murchas . 
 Indaguei ; É isso viver fora de mim mesma ?
 Foi ai que percebi que todos estamos sozinhos
 perdidos dentro de nós mesmos .
 Isso  é que mata a esperança de vivermos em comum
 e descobri que somos estranhos sobreviventes num mono  mundo .
 Fui obrigada a salvar a mim mesma , de quê não sei , mas sei que voltei 
 para meu  céu e fiquei de novo sentada na Lua sozinha .


Adriana Noronha .

domingo, 15 de julho de 2012

 Bela menina

 Muitas vezes olho para essa linda menina um dia loura ou morena ,
 ruiva , ou com cabelos multicoloridos , tudo faz sentido .
 Já a vi até de menino , ou num look absolutamente romantico e
 feminino e um ALL STAR ornando seus pés .
 A menina cresceu numa bela mulher transformou-se ,
 seu mundo e cheio de muitos acordes e diversos tons .
 Seu som balança tudo e todos seu brilho ofusca até
 a própria Lua ,pois a noite é sua .
 Porem ao adormecer é a mais bela menina ,menina dos olhos meus
 e sempre , sempre abençoada por Deus . 

Adriana Noronha

sábado, 14 de julho de 2012

Frio e obscuro

Ah como eu queria alcançar meu ego
criatura que por vezes nego .
Deveria contentar-me em não compreender
nada que há dentro de mim .
De novo tenho medo do espelho que quebra-se
ao ver-me , sinto que sou verme .
Por isso , fujo vou à lua , não vou só ,vou comigo
vou nua , sem alma , vazia .
E assim vago no mais infinito lugar que posso
alcançar , pois assim como a lua .
Tenho um lado escuro , turvo , imensamente
frio e obscuro .
A eternidade é efêmera

As vezes passo uma eternidade a esperar
por algo que nunca alcanço .
Quando chego perto de ti o tempo voa ,
ecoa lá longe .
Passo o tempo a ver o tempo passar .
Não tenho tempo para nada , só para perder tempo
em apenas viver .
E a eternidade é uma metáfora que dura muito ,
muito tempo .
Vejo meu tempo chegar ao fim , inferno , lá vou eu
jazer eternamente .

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nunca ao dia

Ei voce que me lê , ai no Taj Mahal
Sentado à frente do Danúbio Azul
Na terra do Tio Sam
Ou lá na Russia enorme e fria .
Procuro no mapa o espaço geográfico .
Mas pretendo mesmo é entrar em seu espaço mental .
Mesmo que por poucos instantes mostrar o ego de meu pensamento .
Pensamento que desmancha-se a cada manhã e só funciona no escuro de uma noite fria , nunca a luz do dia.

Simples mortal 

Conheço uma moça , metade menina , metade boneca 
que flutua em seus pensamentos . 
Sua sensibilidade esta a flor da sua pele alva , sua alma
passeia no mais infinito espaço , e esse imenso espaço é pouco .
O próprio universo é estreito demais se comparado a sua mente que flui como um rio caudaloso , escandaloso.
Talvez uma musa grega escondida num corpo de uma simples mortal , que apenas escreve ,escreve , escreve o quer .
E eu gosto de ler , ler, e ler sem nunca me atrever a ser como a moça meio menina meio boneca .
Duro coração


Hoje fui invadida por uma tristeza contagiante , que espalhou-se
por minhas veias , já tão dilatadas com tanto sofrimento .
Nada  me tirava desse fundo buraco , mergulhava num abismo
escuro , escorregadio , tenebrosamente estreito e  frio .
Mas num momento de desespero ergui a cabeça , vi a lua que 
estava a iluminar-me , vislumbrei seu brilho , desejei ser ela .
Então como a lua , absorvi a luz do sol , que irradiou-me a tez
meu sangue fluiu , esquentou , circulou vivo por minhas veias .
Um fio de luz penetrou no lugar mais proibido de mim , minha mente
que numa trégua deixou-me viver mais um pouco .
Permitiu que saísse da sua  escuridão , sentei na lua vi a vida colorida
tudo que eu queria estava diante de mim .
Eu e a lua juntas enfim , ofuscando , encantando , deslumbrando e apaixonando
 o mais duro coração . 

Centenário .

Vejo meu corpo envelhecendo numa velocidade lenta e assustadora , a esperança se esvaindo , dissipando-se .
Meus cabelos negros se turvam num branco insistente ,minhas pernas pesam , meus passos ficam vagarosos , não tenho vigor .
Curvei-me diante de tudo , acho que de todos , meus ouvidos não ouvem conversas , só vozes longínquas , sussurros .
Meu epitáfio está quase diante de meus olhos , vejo coroas de flores exageradamente brancas , opacas , inodoras , tristes .
Acordo , olho ao redor , vejo o sol da manhã , que insistentemente teimou em despertar-me , envelhecimento vai ter que esperar !
A vida é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a e esta lá fora me esperando , ainda vou viver entre os bons e que venha meu centenário .