quarta-feira, 12 de março de 2014

Apagar voce 

Muitos dias se passaram , se foram , findaram 
o tempo alonjou , e nao voltou ...
Agora recordo os amores que perdi , os amores 
ceifados violentamente , ferrozmente ...
Conscientemente jogados fora !
Os sorrisos foram apagados , ficamos de um jeito calados
calados ficamos .
Nossos amores terminaram no escuro , sozinhos , e o tempo
passou e apagou o que tinhamos de bom .
Ah !
Como eu morria de amor !
E a maquina da vida , ficou esquecida , ela nao sabe mais
nossas roupas coser .
Estamos nus , com a alma descoberta , ao vento , no meio da
ventania fria , da fria ventania .
E assim sera , e sera assim para todo o sempre que nos resta das nossas vidas ,
mais dias passaram !
E seremos que nem folhas secas , que apenas rolam , rolam
por caminhos que levam a lugar nenhum .
E vamos rolando , rolando , nos quebrando , quebrando-nos ao
cair no chao duro de nosso orgulho ...
Somos iguais ?
Somos nao !
Minha alma ainda me pertence .
Minha alma ainda voa ...
Eu posso apagar voce ...
Em minha breve vida longa , vou ficar bem longe dai ,
eu te quero um bem , longe de mim ...
Nao recordo de nada mais ,
o que fomos , agora jaz ...


Adriana Noronha

terça-feira, 11 de março de 2014

Longe de ti

E minha Lira Delirante , me acorda fazendo ecoar um 
som estridente ...
Teu espirito apagado , sem brilho e sem luz , 
regojiza-se com aqueles acordes arranhados e enfadonhos !
E em meus sonhos medonhos , te vejo , criatura vil de 
lindo sorriso .
Tua face e pura , gentil , branda , mas tua mente inflama 
um mal gigantesco .
A todos engana , a todos atrasa , a todos arrasa , tua alma 
traiçoeira e lodenta ...
Tua alva pele , esconde a escuridao de tua mente doentia , 
tua mente , tu mente , so mente ...
Transforma minha Lira , em arrames farpados em farpados 
arrames ...
E o silencio paira sobre meu corpo inerte ...
Mas minha alma voa 
como um corpo celeste , 
e saio daqui ,
vou pra longe de ti ...

Adriana Noronha

domingo, 2 de março de 2014

Balanço

Onde mora a felicidade ?
A minha morava ali naquele quintal , naquela
arvore gigante ...
Voce ja abraçou uma arvore ?
Nao !
Te chamariam de louco , maluco , doido mesmo .
Mas num belo dia ao acordar ela estava enfeitada com
um lindo balanço !
Ah !
E no balanço uma rosa Dalia lilas , olhei ao redor ninguem
ninguem mesmo ...
Mas sabia que era obra do papai , pois no laço havia uma marquinha
da graxa de suas maos , maos que entortava ferros ...
Mas que moldava tambem sonhos ...
Sentei-me , ajustei-me , tirei meus pes do chao , e fui , fui
ao mais alto de mim ...
E encostava meus dedos nas nuvens , voltava , ia de novo , vinha
voltava , ia de novo ...
E assim esquecia que o Mundo existia , envergava meu corpo para
sentir os cabelos arranhando a areia .
E as nuvens passavam , a Lua vinha , o Sol alegrava e energizava
aquele lugar ...
Mas um dia veio a noite , adormeci e acordei no mundo de gigantes ,
chamados adultos , eu era um deles , e crescera ...
E os ventos vieram , misturaram tudo , e mudaram as cores do lugar ,
entao parei de embalar meus sonhos ...
Mas fui feliz , e minhas lembranças me levam onde sempre estive ,
perto das nuvens !
Perto de mim e mais perto ainda de um pai que
falava pouco , mas fazia muito ...
Fazia muito e falava pouco ...

Adriana Noronha