Obscura
O manto escuro da noite não me mete medo
as estrelas estão ali em algum lugar ...
As criaturas noturnas não me assombram
elas só vagam livres , livres ao sereno .
Aquela estrada vazia é minha companheira
afinal ela leva-me pra casa .
A Lua vez ou outra muda de forma , afina , escurece ,
as vezes e só um arco , mas sempre brilha pra mim .
E o meu caminho noturno vem cheio de lembranças ,
e pressa em chegar ...
Ah, o carro , quentinho , veloz , som de um rock estridente
um cachorro que atravessa , as vezes um preto gato ...
Ao longe vejo a janela , luzes acessas alguém a me esperar
as vezes acordando , de vez em quando dormindo , mas sempre a me esperar .
Ao portão eis que a sabedoria encontro , uma criatura noturna de olhos de
fogo , ali parada ,quieta , firme , observando-me .
Ela olha , olha , não sei o que ela vê , fico alguns segundos parada , talvez
extasiada de crer que essa criatura da noite é dócil , doce , mansa ...
Portanto a única coisa que já temi foi uma criatura andante , de passos errantes ,
silenciosa e nefasta ...
Que ainda existe , porém esta bem longe de mim , e estou livre de meu maior
pesadelo por séculos sem fim .
Assim são meus caminhos noturnos , o manto escuro da noite é mais claro que
uma pessoa obscura ...
Adriana Noronha