terça-feira, 28 de outubro de 2014

O sabiá vaidoso    /                                                  Povo lá do Sul
Um sabiá vaidoso do seu canto,   /                             O sábia vaidoso pode ser
Se julgava um maestro quase santo     /                     talvez o brasileiro que esta
E de todas as aves a primeira     /                              morando ou nasceu no Sul
Na linda copa de uma laranjeira.  /                              e Sudeste do Brasil .
Seu gorjeio repleto de doçura   /                                 E na sua convicção julga-
Despertava saudade, amor ternura,  /                         se superior aos Brasileiros
De orgulhoso e vaidoso ele pensava  /                       que estão na parte superior
Que o mundo inteiro a ele se curvava,  /                     geograficamente falando do
Com a força vibrante da harmonia mapa , /                 então subentende-se
Novas notas criou naquele dia.     /                             sermos TODOS do Brasil .
Um simples passarinho, uma avezinha,  /                   As avezinhas somos nós
Que nem sequer no mundo um nome tinha, /              Nordestinos e Nortistas que
Por direito que assiste ao passarinho   /                     em nenhuma circunstância
Naquela copa fez também seu ninho  /                       somos inferiores ao "povo"
E modesto, com muita singeleza,  /                           do Sul ,somos iguais em
Obedecendo à sábia natureza,   /                               inteligência,caráter ,atitude
Cheio de vida o seu biquinho abriu:   /                        perspicácia e moral .
Piu, piu, piu, piu, piu   /                                             a única coisa que temos de
Piu, piu, piu, piu, piu   /                                             sobra é a alegria de viver
Piu, piu, piu, piu, piu. /                                              somos todos perfeitos .
O sabiá se achando enfurecido,   /                             E mesmo que o sábia fique
Para ele falou, seu atrevido! /                                   enfurecido não adianta gritar
Com este canto que soltaste agora /                         somos tudo do mesmo saco
Tu desvirtuas minha voz sonora, /                            a história da nação começou
Com a tua cantiga dissonante /                                 aqui nos quintos do infernos
Tu não passar de um bicho ignorante,   /                   fomos herança de uma raça
Eu não quero te ouvir perto de mim,  /                       banida filhos de presos e de
Quem te ensinou cantar tão feio assim?  /                 degradados ,somos fdps .
Do passarinho pobre de harmonia, /                           A evolução dessa nação só
Mas muito rico de filosofia,    /                                  será plena quando formos
Logo a resposta o sabiá ouviu: /                                unidos pelo mesmo laço,
Este meu canto piu, piu, piu, piu, piu, raça ,/              por todas as cores
Que o destino fiel me permitiu /                                 e principalmente pelo amor
Para ninar os filhotinhos meus       /                          ao próximo e acima de tudo
Seu sabiá quem me ensinou foi Deus! /                     pelo respeito recíproco .

Patativa do Assaré                                                   Adriana Noronha

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sarau de Júpiter


E todos encontram-se num lugar mágico , num velho prédio
de paredes opacas ..
Eles são como cavaleiros marginais , que trazem no coração
a arte de fazer arte .
E as belas donzelas , querem ser musas , mas são apenas
belas meninas em corpo de mulheres crescidas ...
E a noite adentra em suas almas , naquele lugar não tão belo
mas infinitamente lindo .
Tem o cheiro de um quarto de dormir , em seus sonhos é melhor
que mergulhar num ribeirão .
Mas o lugar tem um dono chamado Júpiter , que entre eles e elas
passeia calado , observando os cavaleiros e as doces donzelas .
E inebriados de tantas cores , não percebem o Anfitrião celestial
que é o maior de todo Sistema Solar .
E nas quintas encantadas ele vem em forma de arte invadir
aquelas vidas .
E lá não existem as cores mórbidas do infinito , só cores multicoloridas ,
as cores do amor a arte .
O Sarau de Júpiter é um lugar mágico , é um mágico lugar onde as
cores sórdidas do Mundo real transformam-se numa cor translúcida .
E os mistérios da vida são desnudados , o manto da noite encobre-os
com a brisa fina chamada inspiração e ilusão .


Adriana Noronha
E os anos eram cheios de cores , de flores e muitos amores
dias de harmonia , muitas frutas e sorrisos ...
Entre linhas e laçadas fizemos nossas vidas , um ponto aqui outro
ali , e das mãos mágicas surgiu o mais belo entre os belos .
Tudo era uma grande família , uma família inteira ,
todos juntos ...
Mas o tempo veio e em nuvens carregadas , trouxe os ventos
que tudo espalham ...
A tempestade veio ,levou tudo pra longe , pra longe do coração
pra longe de nós .
E eis que Deus olhou-nos e para os tempos vindouros mandou o mais
belo presente ...
E o vazio preencheu-se de esperança ,vejo um sinal de glória , um
mensageiro alado fala num tempo dourado ...
E os anos vindouros viram cheios de cores , de flores e muitos amores
dias de harmonia , muitas frutas e sorrisos .

Adriana Noronha