sábado, 14 de março de 2015


O que sonhas ?
Na vastidão desse mundo árido 
sem cor ,
sem chuva .
Apenas o Sol enfeita essa Terra tua .
Vai , vai pra longe daqui .
Nada te dou , nada te oferecem .
Não tenho nada a te dar .
E eles também nada tem a te oferecer .
Vai que o Mundo é teu .
Leva tuas cores .
Esquece as dores que te causei ...
Vai , lá longe o Mundo é vasto .
Tu serás visto ...
Longe serás também amado ...
A arte faz parte , parte de tua vida .
Mesmo que partas o meu coração
vai e põe tuas cores no Mundo ...
Eu estarei onde voce estiver , voarei tambem na minha imensa imaginação ,
vou estar onde voce estiver ...
Pois me levarás dentro do teu largo coração .

quarta-feira, 4 de março de 2015

Serei a do Mar
Meu é céu tão impuro ...
E essas negras ondas ?
Que me arrastam para o infinito de minh'alma oca ,
não me sobra lugar nesse Mundo obscuro .
E essa nudez desse corpo casto ,
desse sepulcro gasto ?
Sou nada
sou tudo que não há .
Ah , em meus sonhos ...
Uma Lua que não é minha , nem tua ,
me perpetua na rua , na minha
existência nua ...
Arrasta-me dali .
Sou um oceano de coisa nenhuma
Mar turvo ...
Nas curvas de minha lânguida figura feminina , um ser sem nexo , alheio
ao sexo ...
Cheio de pudores impuros ...
Me desenhas ?
Ou me desdenhas ?
Me ordenha .
Ou me ordena ?
O meu tempo não vai , não foi
não flui .
Mas meu intimo fly .
E vai longe , transcende , não ascende , gira em volta de mim
gira e vira .
E virá o tempo em que eu serei , eu ,
serei Deus ...
Serei a Sereia
serei a do mar .
Do mar serei a .
Serei
Iemanjá .
E assim singrarei os mares de todos os santo e matarei
a saudade do meu rebento .
Enquanto isso vou vivendo
o meu lamento ,
de saudades ...
Em minhas noites obscuras vou
vivendo .
Solta ao vento ...
Adriana Noronha
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