quinta-feira, 19 de junho de 2014

natação

Hei de voltar 

Fiz minhas malas , nelas coloquei todas as minhas 
saudades e fui ...
Atravessei os mares de minha existencia , em muitas 
aguas mergulhei !
Sempre com o passo adiante , nao olhei para tras , e fui
fui mais .
No caminho longo nao via nada , nem o alem mar ...
Onde sera que devo estar ?
De repente paro naquela esquina , e tentei achar meu
tempo de menina .
Carros pra la e pra ca , o sino da igreja a badalar , muita
gente a passar .
Parei diante daquilo que chamam lar , duas palmeiras uma
larga porta .
Pessoas entravam saiam , estranhos , crianças crescidas
no tempo esquecidas .
O tempo era outro , haviam novos intrusos , os reis morreram
outros reis foram postos .
Nada era mais meu , nem meu quintal , eram outras roupas no varal
os quadros amarelaram , o relogio sumiu ...
E aquela que em todos mandara , estava ali sentada a porta olhando o tempo
passar ou quem sabe ...
O tempo vir lhe buscar ...
O tempo passou por mim e nao me levou .
Ou o tempo nao me trouxe ?
E hoje perdi meu tempo pensando que ao voltar eu ia encontrar tudo , tudo mesmo
no seu devido lugar ...
Nao bati na porta da frente , fiquei sem jeito e calada , pois pelo tempo fui enganada
e ele so deixou as folhas caidas em meu coraçao ...
O tempo girou em volta de mim , sussurou ao meu ouvido e apagou meus caminhos ,
e eu nao soube como uma fruta, amadurecer .
So vi meu corpo crescer e criança nunca deixei de ser .
Minha terra e a do nunca ,e talves eu nunca ache o caminho de volta , mas sempre em meus sonhos pra casa hei de voltar .
Adriana Noronha 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguém que já sentou na lua.