quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Os ventos fortes
o céu sem nuvens
uma abóboda azul ...
Um mar , um mar de preces
um rosário na mão , 
e uma oração no coração
não chove , a barra não vem
o tempo passa , passa e passa
o tempo vai
e ela não chega .
E assim ele aboia o gado faminto
seu canto é um lamento
a morte levou seu jumento ...
Seu gibão de couro , endurece suas carnes
seu corpo arde
arde no calor do sertão .
E o vaqueiro insiste em viver
espera um dia vencer
e espera um dia chover .
E como um Cristo na sua cruz
leva sua vida num mundo
cheio de luz ...
Luz que em seus sonhos será engolida
pela melhor coisa de sua vida
a água que vem dos céus ,
enquanto espera ele enxuga as águas
que descem de seu suor
suor de homem do sertão !

Adriana Noronha

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Alguém que já sentou na lua.