sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Miserável ordinária cretina


Andava sempre nas nuvens ,
ouvia acordes vindo de harpas
sentia a brisa suave em seu rosto , 
enxergava o azul do firmamento celeste
conseguia ver passarem revoadas de garças ao
amanhecer procurando alimento
e voltava a vê-las ao entardecer procurando abrigo .
Então ela pensou :
Não sou desse Mundo !
Aí tudo se arrebentou e caiu no solo frio
da vida real .
Ouviu palavras ferinas ,
miserável
ordinária
cretina ...
Será mesmo que ouviu isso ?
Ou o inominável proferiu aquilo ?
E assim a vida é .
Real ...
E os rebentos ,vão
arrebentando tudo a sua frente ,
não são o que eram
viraram apenas gente
e gente é só gente
rente e quente
só gente
nunca filho da gente ...
E ela foi empurrada das nuvens
percebeu que só ouvia blasfêmias
sentiu o mormaço esmurrando seu rosto
enxergou o negro da noite eterna
a revoada era de abutres espreitando sua carne .
Então ela pensou :
Eu sou desse Mundo !
Sou
miserável
ordinária
cretina.
E assim seguirá com
o pesado
fardo de
sua sina .

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguém que já sentou na lua.