domingo, 9 de setembro de 2018

A menina que era feliz naquele encantado lugar, cresceu numa família gigante e naquele tempo unida.
A menina que morava lá no Benfica, brincava à sombra dos coqueirais, e descansava embaixo da frondosa azeitoneira, árvore que lhe acompanhou durante sua vida feliz, subia no galho mais alto, talvez para alcançar o infinito de sua imaginação.
As vezes lá no alto se escondia, e assim ninguém lhe via, e aquelas folhas verdes oliva lhe camuflavam, e assim a vida fluia.
E num silêncio profundo a menina lá dormiu, do alto do pé de azeitoneira, e lá embaixo a vida corria, e ela dormiu,dormiu e no seu sono profundo, não viu que tudo ali ruiu.
E no seu despertar, chorando acorda a menina, alguém que ela muito amava tão cedo partiu, partiu para sempre, para o infinito, um grito ela ouviu.
Cumade Cirninhaaaa !
Ao levantar os olhos, ela o viu...
Num sonho real, e sua face não era medonha, pois com ele todo dia ela sonha.
Eu vim te abraçar.
E num abraço suas duas almas fundiram-se numa só.
O primogênito não era desse Mundo.
E assim não mais, ela chorou.
E naquela azeitoneira frondosa, que uma mão rude derrubou, ela sempre sobe em seus sonhos.
E lá encontra aquele irmão que sempre amou, e lá sentam-se no galho mais alto, perto do infinito, e muito longe do mundo dos mortos vivos, apenas contemplam a vida que tinham naquele encantado lugar.
Adriana Noronha

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Alguém que já sentou na lua.