Se a pandemia não acabar ?
Aquele vento sombrio, a todos ceifará, ricos, pobres, fuleiros e nobres perecerão.
Quem sofrerá mais ?
O povo .
O povo não !
Eles já perecem, já estão acostumados...
Quem então ?
O político ladrão !
Aquele que só anda de avião,e se for de carro não paga a gasolina, usa sapatos de cromo alemão, paletó de fino tecido italiano, tem casa gigantesca com piso de mármore, paredes repletas de obras de arte, uma mesa farta cheia de comidas, que o pobre não come nunca viu, só ouve falar, louças finas e copos de cristal,um jardim com piscina, pra encher de meninas em casos não raros também de lindos meninos.
Aquele sombrio vento começará por baixo ?
Não, o sombrio vento nivelou foi tudo, ou todos.
Mas o povo já tá acostumado com mazelas, de manhã cedo come o pão que o outro amassou, bebe café requentado, sua prole sonha, sua mulher dorme um sono cansado,ele corre, tá atrasado, pega um trem lotado socado, empilhado, o povo gado.
A multidão sempre caminha de cangote baixo, levando seu duro fardo, sem direitos, sem respeito, sem chão pra chamar de seu...
Aquele que mora na rua, já mora na rua, tá acostumado, vez ou outra são queimados, violentados, são sempre esquecidos, desvalidos, não tem título, eles num vota, ô turma que não serve pra nada...
Voltemos ao sombrio vento, ao vento sombrio, que a cada estatística, aumenta a arrecadação que por motivo de força maior, não precisa de licitação, os engravatados metem a mão, nunca se viu tanto dinheiro nessa nação, e não é nem aquele dinheiro a fundo perdido...
Porém o povo tá indo, em valas são jogados, mães choram sem ver os corpos de filhos amados, e vice e versa, e a conversa não muda, sempre é fiada, e o povo é o fiel depositário do político famigerado, que está protegido, do povo contaminado.
E o povo vai morrendo, são só números, morrem cem, trezentos, mil, vão se amontoando entre os vivos, morrem mais, morrem e morrem.
Idosos morrem, esses votos são facultativos, tantos faz !
E os bêbes, as crianças ?
Pobres sempre fazem mais, proliferam que nem animais...
Jovens são nosso eleitorado, tudo quer votar aos dezesseis, nos elegem aqueles burros alienados, e ainda sobram os fanáticos que imaginam que por Deus somos enviados kkkkkkkkkk, pobres coitados.
Então vão morrendo um a um, o porteiro, o motorista, a cozinheira, até a enfermeira, o advogado, o biscateiro, o padeiro, o engenheiro, pai de santo , o pastor, o padre, a comadre, o amigo de infância, o cientista , o frentista, o petroleiro, o aviador, morreu até um doutor...
Todo mundo é doutor !
Doutor médico !
Só não pode morrer o eleitor, senão como vou sobreviver ?
Nunca aprendi a trabalhar.
Meu ofício é ludibriar, enganar, lucrar.
Se morrerem todos como vou a vida aproveitar ?
Não sei, seu teste chegou está ali na sua gigante sala de estar...
E assim o mundo ruiu.