terça-feira, 30 de junho de 2020



As vezes tenho vontade de fugir,
sair de mim e encontrar um lugar para ficar,
onde poderia contar minhas histórias, para meu reflexo
num opaco espelho.
Não quero ouvir outras histórias.
Queria ir sem receios, sem anseios, queria ouvir só
os meus próprios devaneios.
Queria me contar
minhas historias
falar dos meus amores.
Enumerar meus desenganos
reverter meus sonhos escondidos.
esquecer aqueles dias iludidos.
Queria só saber o dia em nasci
ou o dia em que pereci.
Pareço uma louca,
de mente insana
que sangra a cada entardecer.
Mas que não mais acredita no poder do alvorecer
eu queria ser apenas EU,
mas ao meio dia começa meu apodrecer.
As vezes vejo sinto meu corpo jazer
entre  a vida e eu, há um muro
e começo a temer o futuro
mas ele nunca vem...
Entro no trem,
sua fumaça me absorve
o vuco vuco dos trilhos
me enebria a letárgica alma.
O caminho para o infinito me acalma
olho a minha palma sem traços
sem linhas, sem laços,
ponho minha mão na minha mão.
Ouço as promessas que fiz pra eu,
guardo o sabor amargo das minhas tristezas,
do quanto ainda hei de chorar
sem deixar, ninguém perceber.
Vou encostar no meu ombro,
vou ser meu próprio assombro
serei sempre eu,
acompanhada de mim
naquela vereda sem fim...











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Alguém que já sentou na lua.