domingo, 14 de outubro de 2012



A humanidade já ultrapassou o  milênio , e vive em um momento de muita  tecnologia , os produtos  são tão avançados que quando aprendemos a usar já estão obsoletos , e mundo gira em torno da imagem seja ela qual for , quanto mais fashion melhor , o consumo tornou-se crônico .
Um dia estava a observar um comício politico , com meus filhos e marido , uma multidão , e a grande maioria nem mesmo sabia o por quê de estar ali , , depois seguiram em carreata pelas ruas num barulho frenético e ensurdecedor .
Paramos num trailer e pedimos big sanduiches e refrigerantes ,já  passavam das onze , quase doze , aliás
quase meia noite , todos conversavam ininterruptamente , então vi uma senhora já idosa de cabelos grisalhos a revolver o balde de lixo , fiquei a observa-la , ela começou a separar latinhas e garrafas Pet , nimguem mais a via , ela estava invisivel aos olhos dos outros .
Pensei em minha mãe , aquela cena era degradante para mim , só em imaginar minha mãe naquela situação senti um certo pavor , aquele rosto não me saiu da cabeça , fui pra casa frustrada , eu faço parte tambem de um mundo de imbecis , que não veem o outro , ou pelo menos um outro miserável  , lembrei de O Bicho de Manuel  Bandeira , eu só conhecia a pobreza nesse poema .
Após a farra voltamos para casa , fazia muito frio , mas a vida continua e eu continuei a viver , evitando ver os miseráveis , quando saia observava ao meu redor , muito lixo , sacolas ,pneus , vidros , latas , sacolas muitas sacolas plásticas ao vento , e as pessoas todas limpinhas em sua moda ordinária e vulgar . passando de carro vi aquela senhora parei desci e a segui .
Perguntei-lhe porque catava latinhas ?
Para comprar leite , arroz e o que der .
O Brasil é o maior reciclador de latinhas de aluminio , não por ser um povo civilizado , mas por ser um povo pobre , então resolvi fazer algo , não resolverei o problema da poluição ,mas posso lutar por politicas publicas que façam melhorar a vida dessa senhora , que devia ter  seu direito de estar em casa refugiada dos perigos que o povo possa lhe proporcionar e o descaso do governo com seus idosos .

Adriana Noronha .

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Alguém que já sentou na lua.