Na primeira vez que ela o viu ,
viu tambem a materialização da maldade .
Aqueles olhos traiçoeiros , secavam sua alma
de menina .
Sua voz grave e enfadonha , uma sinfonia
medonha .
Ao seu redor só criaturas cegas ,asnos
mulas .
Pisava leve , para que não ouvisse os seus
passos .
Fugia como o inominável fugia da cruz , e ao seu redor
só cegas criaturas .
Seu choro não se ouvia , pois não adiantaria , ela partira e
a deixara .
Sem liberdade , da gaiola para um poço profundo , pois são
assim as coisas do mundo .
Dias corriam , porém a noite arrastava-se , era escura , sombria ,
longamente longa e sombria .
E assim ela crescia e sempre corria , fugia , e fugia ...
Mas num belo dia num cavalo alado ela subiu , foi à Lua
e de lá nunca mais saiu .
Mas a materialização da maldade ainda existe naquele oco
coração ...
Adriana Noronha
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Alguém que já sentou na lua.