A porcelana lá de casa
No dia a dia, ela usava sua melhor porcelana,
mesmo que a comida fosse simples, trivial ou feita às pressas, ou um jantar requintado,a porcelana estava sempre lá.
Um jogo de porcelana, branca com desenhos encarnados,com uma paisagem campestre, que ainda existe numa antiga foto, quando o namorado foi me visitar, à mesa ainda estavam o papai, o Wilame, o Reginaldo, o André, o Rangel, o Michael ,o Marcelino,a Raquel com a primogênita no colo e eu de boca cheia, na nossa antiga varanda, e lá se vão trinta e oito anos.
Um jogo de porcelana branco com faixas douradas ao seu redor, as xícaras sempre tinham pé, para as grandes ocasiões,tipo o casamento da Raquel, que foi um evento maravilhoso, e na mesa o famoso bolo xadrez com recheio de côco e abacaxi.
Um jogo de porcelana branco ornado de laçarotes cor de rosa, o que eu mais gostava, a toalha bordada em ponto de cruz deixava a mesa meio mágica, uma mesa de madeira com pé de ferro, feita pelo papai,e assim vivíamos.
Entre porcelanas, panelas de ágata, serviço completo, nos tempos dourados de nossa juventude, todos ali, todos, pois o infortúnio ainda não havia chegado à nossa porta, mas isso é outra história...
Um pai amoroso, que nunca demonstrou amor, mas sua lida diária provava o quanto cuidava dos treze filhos e filhas, um homem muito calado,sóbrio.
Mas ao retornar num entardecer depois de rodar o mundo de bicicleta com as colegas,assisti uma cena triste, papai estava bêbado de uísque ou cachaça não sei, pois ele não bebia cerveja, dizia que era bebida de pobre, as irmãs a proteger aquela que chamo de megera, três moças com força de mil homens, eu somente assistia e não entendia,
Quem era aquele homem que estava ali ?
Na parede uma silhueta da sagrada família.
A mais inteligente de longos cabelos negros, subjugada nas mãos dele, e a mais valente e popular o segurou, com as mãos de Hércules, a mais doce chorava, e eu só olhava...
Papai !
Não batam nele, ele é o pai de vocês, gritou aquela que era protegida.
E a louça foi ao chão, noventa e três peças, em cacos, e os cacos de almas se esfriaram, ele se foi para seu lugar preferido, sua velha cadeira de couro puro ou de puro couro.
E o choro da mais inteligente, que ficou sem suas belas madeixas negras, crianças tem memória de elefante,e minha ainda permanece cheias de vultos, de gente, algaravia, e vez ou outra uma confusão.
Onde estavam meus oito irmãos ?
Deus os deixou de fora, para que não fossem à forra...
E no outro dia, ele foi ao Romcy, comprar um jogo de porcelana branca, com laçarotes cor de rosa, e de quebra um faqueiro de caixa de madeira, e assim apagou o episódio.
Até hoje me pergunto o que causara tanto furor, naquele que sempre foi um pacato cidadão,
O que havia ali naquele calado coração ?
mesmo que a comida fosse simples, trivial ou feita às pressas, ou um jantar requintado,a porcelana estava sempre lá.
Um jogo de porcelana, branca com desenhos encarnados,com uma paisagem campestre, que ainda existe numa antiga foto, quando o namorado foi me visitar, à mesa ainda estavam o papai, o Wilame, o Reginaldo, o André, o Rangel, o Michael ,o Marcelino,a Raquel com a primogênita no colo e eu de boca cheia, na nossa antiga varanda, e lá se vão trinta e oito anos.
Um jogo de porcelana branco com faixas douradas ao seu redor, as xícaras sempre tinham pé, para as grandes ocasiões,tipo o casamento da Raquel, que foi um evento maravilhoso, e na mesa o famoso bolo xadrez com recheio de côco e abacaxi.
Um jogo de porcelana branco ornado de laçarotes cor de rosa, o que eu mais gostava, a toalha bordada em ponto de cruz deixava a mesa meio mágica, uma mesa de madeira com pé de ferro, feita pelo papai,e assim vivíamos.
Entre porcelanas, panelas de ágata, serviço completo, nos tempos dourados de nossa juventude, todos ali, todos, pois o infortúnio ainda não havia chegado à nossa porta, mas isso é outra história...
Um pai amoroso, que nunca demonstrou amor, mas sua lida diária provava o quanto cuidava dos treze filhos e filhas, um homem muito calado,sóbrio.
Mas ao retornar num entardecer depois de rodar o mundo de bicicleta com as colegas,assisti uma cena triste, papai estava bêbado de uísque ou cachaça não sei, pois ele não bebia cerveja, dizia que era bebida de pobre, as irmãs a proteger aquela que chamo de megera, três moças com força de mil homens, eu somente assistia e não entendia,
Quem era aquele homem que estava ali ?
Na parede uma silhueta da sagrada família.
A mais inteligente de longos cabelos negros, subjugada nas mãos dele, e a mais valente e popular o segurou, com as mãos de Hércules, a mais doce chorava, e eu só olhava...
Papai !
Não batam nele, ele é o pai de vocês, gritou aquela que era protegida.
E a louça foi ao chão, noventa e três peças, em cacos, e os cacos de almas se esfriaram, ele se foi para seu lugar preferido, sua velha cadeira de couro puro ou de puro couro.
E o choro da mais inteligente, que ficou sem suas belas madeixas negras, crianças tem memória de elefante,e minha ainda permanece cheias de vultos, de gente, algaravia, e vez ou outra uma confusão.
Onde estavam meus oito irmãos ?
Deus os deixou de fora, para que não fossem à forra...
E no outro dia, ele foi ao Romcy, comprar um jogo de porcelana branca, com laçarotes cor de rosa, e de quebra um faqueiro de caixa de madeira, e assim apagou o episódio.
Até hoje me pergunto o que causara tanto furor, naquele que sempre foi um pacato cidadão,
O que havia ali naquele calado coração ?
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Alguém que já sentou na lua.