As moças da casa,aquelas lá do Benfica, muito bonitas e muito prendadas,
aprenderam a ficar cada dia mais alinhadas.
Iam ao centro comprar, linho,crepe, seda, chiffon,algodão de primeira,
linhas, agulhas, fitas de gorgorão,,uma infinidade de aviamentos.
E chegavam saltitantes.
Alguma tertúlia, luarada ou serenata aconteceria...
É naquele tempo era assim, os rapazes faziam serenata, e elas não saiam à janela,senão quebravam o encanto, da noite, e no outro dia apenas olhares na rua, na praça, a caminho da Escola Normal, elas usavam aquelas famosas saias de pregas, que na esquina eram levantadas pelo vento amigo, vento amigo dos rapazes...
Sempre fui invisível, para elas,mas sempre estava a olha-las e admirar-lhes a formosura, e seus dotes de meninas de família, tinha uma loura, outra morena ,uma de cabelos ondulados e castanhos,e outra de cabelos castanhos avermelhados, e eu com um corte moldado no pinico...
Pinico !
Sim, eu em minhas lembranças pueris, tenho uma vaga sensação que colocavam o pinico em minha cabeça,que se moldava direitinho ,pois sou cearense, e o cabelo que ficava de fora era cuidadosamente cortado, e assim tinha aquele corte " clássico ", até o dia em que me rebelei,mas essa é outra história.
E daquela máquina de pedal, que foi o primeiro presente de casada da mamãe,saim maravilhosos vestidos, e todos cinturados, plissados,bordados,com golas estilo Dandy, cheios de romantismo e capricho,
e eu por ali aproveitando as rebarbas, os retalhos, as fitinhas que caiam em pedaços ao chão, e antes mesmo que fosse varridos eles já eram meus.
E assim eu ia tecendo minhas reminiscencias,e fazendo vestidinhos de bonecas,aquelas que me ouviam, conversavam, me entendiam e ainda agradeciam os vestidos meio armengadinhos...
O tempo tratou de espalhar aquelas moças, cada uma criou o seu destino, ou seguiu aquele predestinado pela megera, sempre ela.
Então tive que crescer, também aprendi a bordar, costurar, cozinhar,
mas sempre elas foram melhores.
Então casei com um homem de vergonha, pari e sem ter o que fazer fui estudar, preencher o tempo, cada dia que aprendo, me certifico que ainda nada sei, seria apenas eu mesma, se não tivesse puxado a megera, a cópia fiel daquela que usou a mão de ferro...
Mas confesso, que se fosse de outra forma eu nada seria, sem a maestria daquela brava mulher de nome Justa.
Justamente ela, me transformou naquilo que tenho orgulho de ser .
SER exatamente igual a você minha doce e saudosa mãe megera.
Hoje posso ainda ser invisível, mas sei andar de bicicleta sem as rodinhas.
aprenderam a ficar cada dia mais alinhadas.
Iam ao centro comprar, linho,crepe, seda, chiffon,algodão de primeira,
linhas, agulhas, fitas de gorgorão,,uma infinidade de aviamentos.
E chegavam saltitantes.
Alguma tertúlia, luarada ou serenata aconteceria...
É naquele tempo era assim, os rapazes faziam serenata, e elas não saiam à janela,senão quebravam o encanto, da noite, e no outro dia apenas olhares na rua, na praça, a caminho da Escola Normal, elas usavam aquelas famosas saias de pregas, que na esquina eram levantadas pelo vento amigo, vento amigo dos rapazes...
Sempre fui invisível, para elas,mas sempre estava a olha-las e admirar-lhes a formosura, e seus dotes de meninas de família, tinha uma loura, outra morena ,uma de cabelos ondulados e castanhos,e outra de cabelos castanhos avermelhados, e eu com um corte moldado no pinico...
Pinico !
Sim, eu em minhas lembranças pueris, tenho uma vaga sensação que colocavam o pinico em minha cabeça,que se moldava direitinho ,pois sou cearense, e o cabelo que ficava de fora era cuidadosamente cortado, e assim tinha aquele corte " clássico ", até o dia em que me rebelei,mas essa é outra história.
E daquela máquina de pedal, que foi o primeiro presente de casada da mamãe,saim maravilhosos vestidos, e todos cinturados, plissados,bordados,com golas estilo Dandy, cheios de romantismo e capricho,
e eu por ali aproveitando as rebarbas, os retalhos, as fitinhas que caiam em pedaços ao chão, e antes mesmo que fosse varridos eles já eram meus.
E assim eu ia tecendo minhas reminiscencias,e fazendo vestidinhos de bonecas,aquelas que me ouviam, conversavam, me entendiam e ainda agradeciam os vestidos meio armengadinhos...
O tempo tratou de espalhar aquelas moças, cada uma criou o seu destino, ou seguiu aquele predestinado pela megera, sempre ela.
Então tive que crescer, também aprendi a bordar, costurar, cozinhar,
mas sempre elas foram melhores.
Então casei com um homem de vergonha, pari e sem ter o que fazer fui estudar, preencher o tempo, cada dia que aprendo, me certifico que ainda nada sei, seria apenas eu mesma, se não tivesse puxado a megera, a cópia fiel daquela que usou a mão de ferro...
Mas confesso, que se fosse de outra forma eu nada seria, sem a maestria daquela brava mulher de nome Justa.
Justamente ela, me transformou naquilo que tenho orgulho de ser .
SER exatamente igual a você minha doce e saudosa mãe megera.
Hoje posso ainda ser invisível, mas sei andar de bicicleta sem as rodinhas.
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Alguém que já sentou na lua.