Barco a remo
A prole do Seu Brasil e da Dona Justa, era numerosa,e para que os dois pudessem criá-los e também sobreviverem a treze filhos, tinham que mantê-los ocupados.
O amanhecer começava com o aroma lá da cozinha, café torrado e moído na hora, pão quentinho da panificadora Ideal,leite Betânia,manteiga Patrícia de primeira, ovo, batata doce,inhame, bacon tapioca no leite de côco, só assim aguentávamos o repuxe.
Todos viviam interligados os mais velhos cuidavam dos mais novos, a escolinha dentro do 23º batalhão de Infantaria, era o destino dos caçulas até o meio dia, para alívio dos adultos ou quase adultos.
Meio dia a mesa de madeira fornida estava lotada, uns comiam apressados, e nós com folga, depois as tarefas da escola, e depois as tarefas do quintal encantado, os meninos passavam o ciscador, as meninas não faziam força, e nem carregavam peso, colhíamos cajus, ralávamos côco, e depois natação, nadar é preciso.
E os irmãos e irmãs iam contentes nadar na gigante piscina do Naútico,cinquenta metros pra lá e pra cá, o Michael nos saltos ornamentais, eu e o André saltávamos de qualquer jeito, era só subir e pular, e aos treze fui campeã, mas essa é outra história.
O tempo passou, crescemos um pouco mais,e sempre na nossa biblioteca comíamos livros, eu lia os proibidos.
A mamãe te pega !
Pega não, ela tá muito ocupada com as moças bonitas da casa...
Se perguntar o que leio, digo, Poliana.
O livro da vez era Mar morto, a história do Guma, lá em Salvador, onde morava a filha preferida.
E eu e o caçula fomos á Bahia, nas férias de janeiro, entramos de vez no livro do Jorge, o subversivo.
O endereço era Sete Portas, lá nasciam as mulheres mais bonitas, as história do cais do porto, aqueles homens iam ao mar,sob a proteção de Iemanjá, o coração de Guma derreteu-se aos encantos de Lívia, a brisa do mar inebriava quem se atrevia a ler Jorge.
Estávamos passeando por nossa conta, na cidade de São Salvador, feitos dois turistas com pouco dinheiro no bolso, saímos andando e nos deparamos com a Bunda das Baianas.
Bora lá embaixo ?
Vamo !
O elevador Lacerda nos levou até lá, atravessamos a rua, Mercado Modelo um passeio lá dentro, Marinha, e a tarde vindo, sentamos na murreta apreciando o mar, e Sol indo se recolher.
Vamos lá ?
Onde ?
Na ilha !
Bora...
Havia um senhor num barco a remo, um barquinho pequeno, e fomos, a tarde caiu como um encanto, as luzes de salvador acenderam, e fomos, fomos, o frio veio, e o senhor já de idade e robusto, pele bronzeada, mãos calejadas, e uma voz possante, olhos cor de mel...
É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar...
Cantou aquele homem misterioso.
Se lascamo !
Tenham medo não, eu conheço todas essas ondas...
E a Lua prateou nosso caminho, seu reflexo pareciam longos cabelos, tal qual os de Iemanjá.
Me aconcheguei ao irmão caçula,e lembrei, qualquer coisa, a gente sabe nadar, e muito.
E fomos em nossa aventura, até que Itaparica se aproximava, já aportando...
Corram, corram muito, aquele ali é o último Ferry Boat,senão só amanhã.
E corremos como nunca, até que pegamos no último segundo, olhamos para trás,
Cadê o barco ?
Um arrepio duplo !
E voltamos a Salvador,e a Lua prateou nosso caminho de volta, seu reflexo pareciam longos cabelos, tal qual os de Iemanjá.
O amanhecer começava com o aroma lá da cozinha, café torrado e moído na hora, pão quentinho da panificadora Ideal,leite Betânia,manteiga Patrícia de primeira, ovo, batata doce,inhame, bacon tapioca no leite de côco, só assim aguentávamos o repuxe.
Todos viviam interligados os mais velhos cuidavam dos mais novos, a escolinha dentro do 23º batalhão de Infantaria, era o destino dos caçulas até o meio dia, para alívio dos adultos ou quase adultos.
Meio dia a mesa de madeira fornida estava lotada, uns comiam apressados, e nós com folga, depois as tarefas da escola, e depois as tarefas do quintal encantado, os meninos passavam o ciscador, as meninas não faziam força, e nem carregavam peso, colhíamos cajus, ralávamos côco, e depois natação, nadar é preciso.
E os irmãos e irmãs iam contentes nadar na gigante piscina do Naútico,cinquenta metros pra lá e pra cá, o Michael nos saltos ornamentais, eu e o André saltávamos de qualquer jeito, era só subir e pular, e aos treze fui campeã, mas essa é outra história.
O tempo passou, crescemos um pouco mais,e sempre na nossa biblioteca comíamos livros, eu lia os proibidos.
A mamãe te pega !
Pega não, ela tá muito ocupada com as moças bonitas da casa...
Se perguntar o que leio, digo, Poliana.
O livro da vez era Mar morto, a história do Guma, lá em Salvador, onde morava a filha preferida.
E eu e o caçula fomos á Bahia, nas férias de janeiro, entramos de vez no livro do Jorge, o subversivo.
O endereço era Sete Portas, lá nasciam as mulheres mais bonitas, as história do cais do porto, aqueles homens iam ao mar,sob a proteção de Iemanjá, o coração de Guma derreteu-se aos encantos de Lívia, a brisa do mar inebriava quem se atrevia a ler Jorge.
Estávamos passeando por nossa conta, na cidade de São Salvador, feitos dois turistas com pouco dinheiro no bolso, saímos andando e nos deparamos com a Bunda das Baianas.
Bora lá embaixo ?
Vamo !
O elevador Lacerda nos levou até lá, atravessamos a rua, Mercado Modelo um passeio lá dentro, Marinha, e a tarde vindo, sentamos na murreta apreciando o mar, e Sol indo se recolher.
Vamos lá ?
Onde ?
Na ilha !
Bora...
Havia um senhor num barco a remo, um barquinho pequeno, e fomos, a tarde caiu como um encanto, as luzes de salvador acenderam, e fomos, fomos, o frio veio, e o senhor já de idade e robusto, pele bronzeada, mãos calejadas, e uma voz possante, olhos cor de mel...
É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar...
Cantou aquele homem misterioso.
Se lascamo !
Tenham medo não, eu conheço todas essas ondas...
E a Lua prateou nosso caminho, seu reflexo pareciam longos cabelos, tal qual os de Iemanjá.
Me aconcheguei ao irmão caçula,e lembrei, qualquer coisa, a gente sabe nadar, e muito.
E fomos em nossa aventura, até que Itaparica se aproximava, já aportando...
Corram, corram muito, aquele ali é o último Ferry Boat,senão só amanhã.
E corremos como nunca, até que pegamos no último segundo, olhamos para trás,
Cadê o barco ?
Um arrepio duplo !
E voltamos a Salvador,e a Lua prateou nosso caminho de volta, seu reflexo pareciam longos cabelos, tal qual os de Iemanjá.
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Alguém que já sentou na lua.