terça-feira, 30 de abril de 2013




Maria Justinha 

Quando eu era adolescente , assim quase adulta 
odiava aquela por quem chamo de mãe .
Conseguia remoer uma ira , tão grande quanto era 
a minha raiva .
Droga ela se metia em tudo da minha vida , me vigiava os
passos dia e noite , noite e dia .
Velha chata , nojenta , rabugenta , curiosa , e tinha hora que
até era muito asquerosa .
Amigos ?
Quem são ?
O que fazem ?
Moram aonde ?
Namorado ?
Ela não me entendia , e nem entendia o mundo atual , droga !
O meu mundo e de " meus amigos " .
Fazia tudo para estar longe !
E sempre no meu mundinho .
Porém minha farda era impecável , meu sapato lustradinho , a comida deliciosa , meu quarto limpinho , e minhas calcinhas lavadinhas .
Tudo nos conformes .
Então perdi o ano .
Experimentei um baseado .
Engravidei .
Não trabalho .
Os amigos sumiram .
Meu pai morreu .
Minha mãe foi despejada , estamos de favor na casa da vizinha .
E eu não sei fazer nada .
De repente ; bum , caí da cama .
Suada , gelada , foi um pesadelo !
Respirei fundo , corri ao telefone !
Mamãe !
Tive um sonho horroroso com a senhora !
Aliás comigo , não vou nem contar ...
No dia das mães eu vou aí te abraçar .
Te amo Maria justa .
Obrigado pelas surras , pelos gritos , pela vigilância , pela comida , obrigada por meus irmãos , obrigada Maria Justa .
Por sua causa hoje sou uma mulher igual a voce .
Sem tirar e nem pôr corajosa , verdadeira , de caráter e firme naquilo que acredito .
E minha maior virtude , não ter medo de nínguem .
Só tinha um medo .
Quando a senhora falava ...
" e não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do malamem .
Hoje não tenho mais .
Feliz dia das MÃES .

Adriana Noronha .

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Alguém que já sentou na lua.