Minha mente é tão , tão louca que ainda lembro quando
alguém cantava para eu dormir , dizendo que a Cuca ia me pegar .
E o Boi da Cara Preta , era enorme , gigantemente voraz ,
e ficava lá fora a me espreitar .
Dorme que o Véio , já vem te buscar ,
acho que era meu avô Seu Chiquim .
E o Bicho ?
Tinha sete cabeças e os cabelos eram como correntes enferrujadas
e cheias de graxa .
Ave , pense num ser tenebroso cheio de olhos de fogo .
A lagartixa na parede era do tamanho de um crocodilo .
E na caixinha de música tocava Carmina Burana - O Fortuna , aí sim
o terror aumentava .
Aqueles tambores de som oco , parecendo ondas batendo em pedras
fumegantes , incandescentes .
E as vozes , pareciam dezenas de fantasmas vestidos a caráter , para um
grande baile de horrores .
Isso sem falar no frio calafrio , que calava até minha voz , e muda ficava ,
mas lá no meu intimo , gritava .
E aquelas criaturas do mundo da imaginação dos que ninam as crianças , como foram ninados não morrem .
Só mudam de uma casa para outra casa .
Ai eu cresci , meus filhos tambem cresceram .
Mas nas noites de frio , apago a luz durmo e trago todos eles para minha casa outra vez , e assim vivo feliz tentando fazer medo a também a voces .
Adriana Noronha
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Alguém que já sentou na lua.