sexta-feira, 24 de maio de 2013
Ego
Hoje acordei chorando por causa de um sonho hediondo ,
e nele só haviam as pessoas de quem gostava muito .
Fui ao encontro deles .
Abaixei minha cabeça .
Fui mansa .
Engoli o meu EGO .
Tentei abraçá-los .
Corri os olhos pela linda casa , nas paredes só espelhos , espelhos
espelhos .
Então um fonte vendaval surgiu , ouvi gritos , maledicências , falsos
testemunhos , olhares demoníacos .
Aquele que sempre me beijara a testa , virou-me as costas .
O outro não me surpreendeu , mostrou ser o que sempre foi .
Mas ela , a quem por anos sem fim admirei por ser o que era ,
foi minha maior morte em vida .
Saí de lá esfolada por garras afiadas , garras que nunca vira , mas existiam ,
sempre existiram , eu é que teimava em não vê-las .
À minha frente um féretro , um alaúde , e gente acompanhando aquela nuvem negra chamada morte .
Muito choro , rancores , dissabores , empafia , passos lentos e mãos que carregavam algo muito ,
muito pesado .
Mas pera ai !
Dois caixões ?
O corpo do finado .
E o EGO que ele tinha .
Mate seu Ego .
Antes que ele te leve ao lugar mais rejeitado e mais certo
desse mundo .
Sete palmos de latifúndio .
Então surgiu o Sol que acordou-me abruptamente , e de repente olhei ao redor
eu estava lá e era verdade todo aquele infortúnio .
Adriana Noronha
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Alguém que já sentou na lua.