domingo, 30 de junho de 2013

Fugir e nem fingir

À noite abri a janela de meu quarto
vi todas as estrelas .
Elas estavam ali a me chamar , com seu ofuscante
brilho .
Olhei-o e ele dormia num sono profundo , e assim eu pude
mergulhar em mim .
E lancei-me ao infinito , e mais uma vez meus sonhos me levariam
a alcançar as estrelas .
Mas antes amarrei meu pé numa tênue linha de fé , para voltar e não me perder dentro de mim .
E entre as mais belas estrelas caminhei , vi os meus que se foram antes de mim , não os despertei .
Segui mais à frente deparei-me com a Lua , mas ela ainda estava nua , e os anéis de Saturno alcancei .
Seus gases inebriavam minha alma caliente , olhei para baixo e vi minha janela aberta novamente .
E eu estava ausente , ausente de mim , e não podia fugir , e nem fingir que meu mundo era ali .
Pelo menos ainda não ...
E a linha de minha fé ainda no meu pé , fui puxando , puxando e acabei
voltando .
Retornando ao mundo real em que vivo , olhei de novo ao redor , tudo normal , tudo igual .
Mas minha janela , o portal para dentro de mim , estava aberto às estrelas que de novo estarão a esperar por mim .

Adriana Noronha

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Alguém que já sentou na lua.