Louco oco
As vezes fico debruçada em minha janela
contemplando a Lua .
Só ela e eu , ali a observar Mundo .
E que Mundo !
Um Mundo sem coisas ruins .
Talvez minha loucura me livre de todos os
males desse Mundo .
Ai nesse transe ...
Começo a ver os meu sonhos , não os sonhos que sonho ,
mas os sonhos que vivi .
E eram cheios de gente , que povoaram minha vida , que riam
dançavam , comiam , brincavam , sorriam , ou simplesmente viviam .
Mas de repente aquele vento mau , que teima soprar contra mim voltou ,
e veio mais forte que em outros tempos e soprou , soprou , soprou ...
E arrastou todos os meus sonhos reais , tentei segurá-los , agarrá-los ,
mas eles se foram , a ventania os levou , o oco ficou .
Louco oco , oco louco .
E aquele vento mal , quando me vê sopra uma brisa fria , inebriante e
gélida .
Mas aqui dentro , sinto o queimar de minha alma que insiste em viver , é ,
em viver ...
Aquele vento esta lá , a me espreitar , de prontidão para meus sonhos
apagar .
Porém sou louca , louca ...
E sempre irei clamar para que meus sonhos reais voltem um dia para o mesmo lugar .
Um lugar cheio de gente que outrora povoaram minha vida .
Que riam , dançavam , comiam , brincavam , sorriam ou simplesmente
viviam .
Adriana Noronha
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Alguém que já sentou na lua.