domingo, 13 de março de 2016


Viver 

Ouvi o som do meu coração ,esqueci o som da liberdade vigiada
e assim pisei e travessei o arco-iris ... 
E fui .
Fui em passos lentos , bem lentos , caminhando devagar ,deixando o tempo atrasado , enganando a vida que queria correr .
Mas a vida correu ...
O tempo veio e assim fui levada a viver a força , e a força dos deveres ,nos corta as pernas , nos

cega os olhos ,nos consome as forças ,nos engana , nos retalha as carnes já cansadas , inflama o coração que um dia foi doce e inocente , e o pior nos torna dementes .
Fingimos ser o que nunca seremos .
E fui atravessando aquele arco-íris , e na outra ponta não alcancei o que queria , não vi a luz do dia ,não vi ,não verei .
E voltei .
Mas a vida correu , o relógio não parou , a chuva cessou , o rio secou , o mar invadiu o vazio .
E o brio virou breu .
E lá ...
E lá se foi aquilo que nunca existiu , se extinguiu o sonho .
E o Mundo mostrou-se medonho,
tristonho
chato
opaco ...
E o ocaso ,foi o caso final
daquilo que reluzia
mas do outro lado não existia .
A bruma escondeu o caminho de volta ,e a revolta da vida ,é viver ,
é viver .
É apenas viver ,
e viver é o maior martírio daqueles
que tem medo de morrer .
Viver , viver
e ver o que nunca esta lá .
Viver , viver ,viver e nada aprender .

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Alguém que já sentou na lua.