sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O dia das crianças poderia mesmo ser eterno, poderia nunca acabar, as crianças poderiam nunca crescer,, poderiam nunca conhecer a maldade humana.
O dia das crianças seria sempre dia das crianças.
E aqueles que esqueceram que um dia foram também crianças, não deveriam ter o poder de desmanchar,o curso da vida, desviar caminhos, afastar crianças de crianças, e forçá-las a simplesmente crescer.
O balanço vai e vem, vai e vem, mas vai e vem somente empurrado pelo vento, que sopra frio, que move as árvores, revolve a terra, espalha folhas, e desmancha as flores, o sol ajuda-o a tornar aquele lugar antes cheio de algarravia, barulho, confusão de vozes, e passos pueris que corriam pra lá e pra cá, indo e vindo, onde se ouviam sorrisos e canções, num lugar qualquer.
E o encanto daqueles sorrisos largos, apagou-se, aliás foi apagado, por um mundo adulto, de grandes cabeças ocas, mas cheias de maldade, recheadas de pensamentos torpes, que ardiam em cobiça por algo,nunca conquistado, mas muito desejado, o espírito do mal, que possuía um sorriso alvo e largo, mas que no fundo de sua alma ,não sorria, os dentes rangia...
O dia das crianças seria sempre dia das crianças.
Se os corações fossem feitos de pedaços de nuvens, de pedaços de maçãs do amor, de pedaços de flor, assim teríamos mais coragem e força de enfrentar qualquer dor...
Um dia seremos anciãos, de pernas capengas, de passos inseguros e limitados, de cabelos prateados pelo tempo, pelo tempo em que perdemos, em sermos criaturas de orgulho acima de qualquer circunstância, devemos sempre manter a fronteira da distância, o limiar entre a vida e a morte, estando vivos num mundo só de adultos, de impuros corações.
E a memória um dia se lembrará que devemos esquecer que já fomos algo, e nada mais restará na imensidão de uma mente esquecida, e se vierem lapsos de lembranças, ouviremos o eco oco, da algaravia, do barulho, da confusão de vozes, e dos passos pueris que corriam pra lá e pra cá, indo e vindo, onde se ouviam sorrisos e canções, num lugar qualquer da mente.

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Alguém que já sentou na lua.