quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Agouro
E eis que o seu rastro maligno,reaparece
apesar de banido para bem longe .
Aquela criatura rasteira,fétida e de conduta duvidosa,
deixa suas maldades explícitas, em rasgadas folhas.
E seus lacaios,ali espreitando aquela que não temeu
o mal, mas o enfrentou,o desafiou,desdenhou daquilo
que se imaginava gente .
Criatura rasteira,que outrora deva ter sido alguém,para
transformar-se apenas em algo,nada mais que algo.
Um algoz fraco, sem forças suficientes para vencer o
bem,fraco o suficiente para conquistar tisgas criaturas.
Seus maus olhos desmanchavam a candura,via apenas
carne,carne,carne...
Era voraz e podre.
Pobre homem de baixa estatura, nunca terá ou verá ou
alcançará a altura dos anjos celestes.
Tu não sabes pra que viestes...
Não serves
São vermes,
criatura rasteira,
no seu submundo imundo,
mergulhas dentro de tua nula e indecente existência.
E ela de longe corre livre,
e vive,
vive longe do teu mal agouro...
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Apodrecido
É muito fácil morrer .
difícil mesmo é manter-se entre os vivos .
É muito fácil digladiar-se .
difícil mesmo é baixar a voz .
É muito fácil observar o outro
e dificílimo olhar-se no espelho .
O espelho mostra o quão somos
hediondos
egoístas
arrogantes
estúpidos
ignorantes
bossais
diabólicos
neuróticos
enganadores de si mesmos .
Assim como Narciso
amamos a imagem
daquilo que não somos
e nos afogamos
nessa paixão
pelo ser perfeito
que nunca
existiu
existe
existirá .
E a aguá cristalina reflete
a ilusão do ser
perfeitamente lindo por fora
e apodrecido por dentro .
difícil mesmo é manter-se entre os vivos .
É muito fácil digladiar-se .
difícil mesmo é baixar a voz .
É muito fácil observar o outro
e dificílimo olhar-se no espelho .
O espelho mostra o quão somos
hediondos
egoístas
arrogantes
estúpidos
ignorantes
bossais
diabólicos
neuróticos
enganadores de si mesmos .
Assim como Narciso
amamos a imagem
daquilo que não somos
e nos afogamos
nessa paixão
pelo ser perfeito
que nunca
existiu
existe
existirá .
E a aguá cristalina reflete
a ilusão do ser
perfeitamente lindo por fora
e apodrecido por dentro .
Língua
A pior guerra é aquela
travada por nós mesmos
A pior mácula é criada
por nós mesmos
Palavras ferinas
saem de nossas bocas
Desferimos sons e
ruídos tenebrosos
O sangue ferve
envenenando o corpo
O coração desmancha-se
em lavas incandescentes
Os outros são os outros ...
As nuvens escurecem
a alma
As águas turvas
afogam as emoções
Ouvimos só sons
de trovões
Grilhões ferem a
fraca carne fraca .
A alma é opaca
O pior punhal tem
uma forma
pontuda
tenra
e úmida
A língua
fere
esfola
degola .
E a vida se esvai
não flui .
E tudo se acaba
antes do fim .
Enfim somos apenas
aquilo que somos .
Somos o tudo
repleto de nada .
E o nada nos preenche
a nula existência divina .
Adriana Noronha
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Veinha da carimã
E ela passava bem cedinho pela rua ,com seu balde de alumínio que reluzia aos primeiros raios de Sol ,ornado de um pano alvinho , que mais parecia um pedaço das nuvens .
E a mamãe fazia um de nós ,ir ao portão atucalhar a veinha da carimã , cabelos longos presos a um cocó no alto de sua alva cabeça , corpo franzino , voz doce e de pouca sonoridade , uma alma tranquila que muito contribuiu para fortificar os filhos e filhas do Seu Brasil .
Tinha nome de flor , Flor Cecília ,
mas era mesmo conhecida como a veinha da carimã ...
E com suas mãos finas e enrugadas ,moldava os bolos da carimã alva e limpa , passava de uma mão para outra,
de uma mão para outra,
de uma mão para outra ,
num ritmo mágico e encantador , até formar as tão cobiçadas bolinhas de carimã .
Contava dez bolinhas generosamente espessas e lisas ,e recebia dez moedas ,e saia com um sorriso de grande satisfação ...
E assim foi por longos anos .
E o amanhecer era farto,
mingau de carimã ,
bolo de carimã ,
bolachinha de carimã,
café ,leite e a vida seguia ,fluía , e assim a gente vivia .
E de onde vinha a veinha da carimã ?
Que horas acordava ?
Teria filhos ?
Filhas ?
Até que um dia não veio mais ...
Para onde foi a Flor Cecília ?
Hoje me pergunto ...
Ele existia ?
Ou era somente ...
PURA MAGIA .
E a mamãe fazia um de nós ,ir ao portão atucalhar a veinha da carimã , cabelos longos presos a um cocó no alto de sua alva cabeça , corpo franzino , voz doce e de pouca sonoridade , uma alma tranquila que muito contribuiu para fortificar os filhos e filhas do Seu Brasil .
Tinha nome de flor , Flor Cecília ,
mas era mesmo conhecida como a veinha da carimã ...
E com suas mãos finas e enrugadas ,moldava os bolos da carimã alva e limpa , passava de uma mão para outra,
de uma mão para outra,
de uma mão para outra ,
num ritmo mágico e encantador , até formar as tão cobiçadas bolinhas de carimã .
Contava dez bolinhas generosamente espessas e lisas ,e recebia dez moedas ,e saia com um sorriso de grande satisfação ...
E assim foi por longos anos .
E o amanhecer era farto,
mingau de carimã ,
bolo de carimã ,
bolachinha de carimã,
café ,leite e a vida seguia ,fluía , e assim a gente vivia .
E de onde vinha a veinha da carimã ?
Que horas acordava ?
Teria filhos ?
Filhas ?
Até que um dia não veio mais ...
Para onde foi a Flor Cecília ?
Hoje me pergunto ...
Ele existia ?
Ou era somente ...
PURA MAGIA .
sábado, 6 de agosto de 2016
Fantasmas
Só quem viveu e ainda vive lá naquele encantado lugar
pode entender esses raios de vida .
Talvez sejam rastros daqueles que se foram, e que teimam
em voltar ,vez em quando .
Voltam em forma de brisa , ou como uma gota de orvalho
que mancha a branca camisa .
Ainda posso ouvir o barulho das crianças correndo e brincando,
a chuva no telhado escorregando
os cajus de tão maduros caindo,
a ventania agitando os altos coqueiros,
e da cozinha sentia aquele cheiro ,
cheiro de café quentinho
leite derramando
o carteiro chamando e a carta entregando,
as moças se enfeitando e encantando,
os rapazes de olho ,sempre espreitando,
a mamãe vigiando e espantando
papai ali, sempre calado, labutando,
e botando comida na mesa para aquele bando pueril.
E assim a vida fluiu
crescemos
e tudo sumiu...
E sobraram os encantados fantasmas que passeiam
de noite
e as vezes de dia,
procuram de novo aquela antiga harmonia.
Então, de noite, depois de viver minha real vida
durmo,
e em meus sonhos,
volto pra casa,
e vivo novamente
minha encantada vida .
Minha vida
encantada
vivo novamente ...
pode entender esses raios de vida .
Talvez sejam rastros daqueles que se foram, e que teimam
em voltar ,vez em quando .
Voltam em forma de brisa , ou como uma gota de orvalho
que mancha a branca camisa .
Ainda posso ouvir o barulho das crianças correndo e brincando,
a chuva no telhado escorregando
os cajus de tão maduros caindo,
a ventania agitando os altos coqueiros,
e da cozinha sentia aquele cheiro ,
cheiro de café quentinho
leite derramando
o carteiro chamando e a carta entregando,
as moças se enfeitando e encantando,
os rapazes de olho ,sempre espreitando,
a mamãe vigiando e espantando
papai ali, sempre calado, labutando,
e botando comida na mesa para aquele bando pueril.
E assim a vida fluiu
crescemos
e tudo sumiu...
E sobraram os encantados fantasmas que passeiam
de noite
e as vezes de dia,
procuram de novo aquela antiga harmonia.
Então, de noite, depois de viver minha real vida
durmo,
e em meus sonhos,
volto pra casa,
e vivo novamente
minha encantada vida .
Minha vida
encantada
vivo novamente ...
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Miserável ordinária cretina
Andava sempre nas nuvens ,
ouvia acordes vindo de harpas
sentia a brisa suave em seu rosto ,
enxergava o azul do firmamento celeste
conseguia ver passarem revoadas de garças ao
amanhecer procurando alimento
e voltava a vê-las ao entardecer procurando abrigo .
Então ela pensou :
Não sou desse Mundo !
Aí tudo se arrebentou e caiu no solo frio
da vida real .
Ouviu palavras ferinas ,
miserável
ordinária
cretina ...
Será mesmo que ouviu isso ?
Ou o inominável proferiu aquilo ?
E assim a vida é .
Real ...
E os rebentos ,vão
arrebentando tudo a sua frente ,
não são o que eram
viraram apenas gente
e gente é só gente
rente e quente
só gente
nunca filho da gente ...
E ela foi empurrada das nuvens
percebeu que só ouvia blasfêmias
sentiu o mormaço esmurrando seu rosto
enxergou o negro da noite eterna
a revoada era de abutres espreitando sua carne .
Então ela pensou :
Eu sou desse Mundo !
Sou
miserável
ordinária
cretina.
E assim seguirá com
o pesado
fardo de
sua sina .
ouvia acordes vindo de harpas
sentia a brisa suave em seu rosto ,
enxergava o azul do firmamento celeste
conseguia ver passarem revoadas de garças ao
amanhecer procurando alimento
e voltava a vê-las ao entardecer procurando abrigo .
Então ela pensou :
Não sou desse Mundo !
Aí tudo se arrebentou e caiu no solo frio
da vida real .
Ouviu palavras ferinas ,
miserável
ordinária
cretina ...
Será mesmo que ouviu isso ?
Ou o inominável proferiu aquilo ?
E assim a vida é .
Real ...
E os rebentos ,vão
arrebentando tudo a sua frente ,
não são o que eram
viraram apenas gente
e gente é só gente
rente e quente
só gente
nunca filho da gente ...
E ela foi empurrada das nuvens
percebeu que só ouvia blasfêmias
sentiu o mormaço esmurrando seu rosto
enxergou o negro da noite eterna
a revoada era de abutres espreitando sua carne .
Então ela pensou :
Eu sou desse Mundo !
Sou
miserável
ordinária
cretina.
E assim seguirá com
o pesado
fardo de
sua sina .
domingo, 31 de julho de 2016
Ah!
Como me sinto fraco
diante da opressão
desses seres opacos .
Respiro ordens ,
comandos ,
manipulação .
Sou fruto da
não afirmação .
Só ouço a palavra
NÃO .
Não devo.
Não posso.
Não penso.
Não vou.
Não falo.
Não existo.
Não devo ser.
Não posso viver.
Não sinto.
Não vou longe.
Não falo, só calo .
Não existo .
Então desisto .
Como me sinto fraco
diante da opressão
desses seres opacos .
Respiro ordens ,
comandos ,
manipulação .
Sou fruto da
não afirmação .
Só ouço a palavra
NÃO .
Não devo.
Não posso.
Não penso.
Não vou.
Não falo.
Não existo.
Não devo ser.
Não posso viver.
Não sinto.
Não vou longe.
Não falo, só calo .
Não existo .
Então desisto .
O que são palavras vazias ?
O vazio existe entre as palavras ?
Eu não sei dizer,
não sei calar
não sei viver,
não sei aprender,
e também não sei morrer .
E assim vou vagando,
nesse mundo vago,
onde não há vaga para mim .
E as palavras vazias preenchem
o meu oco pensamento
esse pensamento que vagueia
na minha alma alheia .
Alheia a tudo,
alheia ao Mundo .
um Mundo fundo
repleto de palavras vazias
e profundamente rasas e frias .
O vazio existe entre as palavras ?
Eu não sei dizer,
não sei calar
não sei viver,
não sei aprender,
e também não sei morrer .
E assim vou vagando,
nesse mundo vago,
onde não há vaga para mim .
E as palavras vazias preenchem
o meu oco pensamento
esse pensamento que vagueia
na minha alma alheia .
Alheia a tudo,
alheia ao Mundo .
um Mundo fundo
repleto de palavras vazias
e profundamente rasas e frias .
sábado, 30 de julho de 2016
Vi um arco-íris ao longe
e ele estava cheio de gente oprimida
cheio de gente querendo apenas viver a sua vida .
E vi tambem um povo opressor cheio de normas fingidas
cheio de normatividade que anulavam aquela gente colorida
e por vezes brutalmente reprimida .
E os opressores jogavam no arco-íris suas negras regras ,
suas regras negras de como se deve ser ,como se deve proceder
de como se deve viver e ser ...
Por tempos atrás fui opressora , por ter sido oprimida , e na minha lida
repeti as mazelas sofridas , as sofridas mazelas que ferem , corroem ,
destroem aquilo que somos .
E o arco-íris teve pra mim outro significado , o de lutar junto com aqueles
que tem no mundo um legado , o legado de lutar contra os opressores disfarçados
de boas criaturas, que no fundo são sub julgados pela própria existência de
ser aquilo que nunca foram e que nunca devem ser .
O arco-íris aumenta e suas cores absorvem o Mundo ,
eles só querem amar , e tambem serem amados , serem respeitados , serem
apenas o que são .
E os opressores devem se despir de sua falsa moral , sua moral falsa que por vezes
os tornam ,os ceifadores da vida daqueles que só querem amar , amar ,amar e o mar
de normatividades os afoga , e as ondas violentas da intolerância arrastam pro fundo
desse mar amargo suas vidas cheia de cores .
Deixando a vida cheia de dores ...
Quem sabe poderemos ver um arco-iris
cheio de gente
cheia de vida
cheio de gente apenas
querendo viver
sua colorida vida ...
e ele estava cheio de gente oprimida
cheio de gente querendo apenas viver a sua vida .
E vi tambem um povo opressor cheio de normas fingidas
cheio de normatividade que anulavam aquela gente colorida
e por vezes brutalmente reprimida .
E os opressores jogavam no arco-íris suas negras regras ,
suas regras negras de como se deve ser ,como se deve proceder
de como se deve viver e ser ...
Por tempos atrás fui opressora , por ter sido oprimida , e na minha lida
repeti as mazelas sofridas , as sofridas mazelas que ferem , corroem ,
destroem aquilo que somos .
E o arco-íris teve pra mim outro significado , o de lutar junto com aqueles
que tem no mundo um legado , o legado de lutar contra os opressores disfarçados
de boas criaturas, que no fundo são sub julgados pela própria existência de
ser aquilo que nunca foram e que nunca devem ser .
O arco-íris aumenta e suas cores absorvem o Mundo ,
eles só querem amar , e tambem serem amados , serem respeitados , serem
apenas o que são .
E os opressores devem se despir de sua falsa moral , sua moral falsa que por vezes
os tornam ,os ceifadores da vida daqueles que só querem amar , amar ,amar e o mar
de normatividades os afoga , e as ondas violentas da intolerância arrastam pro fundo
desse mar amargo suas vidas cheia de cores .
Deixando a vida cheia de dores ...
Quem sabe poderemos ver um arco-iris
cheio de gente
cheia de vida
cheio de gente apenas
querendo viver
sua colorida vida ...
sábado, 14 de maio de 2016
O encanto de desencantar
de acreditar desacreditando
de sorrir chorrando
de amar odiando
de correr parando
de viver morrendo
de sonhar nulos sonhos
de falar a verdade mentindo
de estar feliz sofrendo
de olhar e não ver
de tecer e desmanchar
de lavar o sujo
sujar o limpo
de virar cinza e petrificar a alma
minha mão na sua não
ternura medonha
criatura dantesca
esqueça lembrando sempre
o nada que me enche
o meu sim que tudo nega
a saudade que me invade
o punhal de teu opaco olhar
a sombra medonha
invadindo meu ego
o frio vento que me queima
meu corpo sem alma
sem viva alma
minha mão sem palma
a paz que não me acalma .
Um adeus brevemente longo
um trem sem trilhos
sem gente
e uma cabeça demente .
O que são verdadeiros irmãos ?
São aqueles que te protegem,
aqueles que te dão a mão no escuro,
e num simples olhar amansam teu coração ?
São aqueles que vão te buscar na escola,
te protegem das inevitáveis quedas,
e acreditam em você ?
São aqueles feitos da mesma carne ,
tem o mesmo sangue,
e comungam do mesmo nome,e sobrenome ?
aqueles que te dão a mão no escuro,
e num simples olhar amansam teu coração ?
São aqueles que vão te buscar na escola,
te protegem das inevitáveis quedas,
e acreditam em você ?
São aqueles feitos da mesma carne ,
tem o mesmo sangue,
e comungam do mesmo nome,e sobrenome ?
Ou são criaturas que ao sair ao mundo,
mudam sua índole pueril
enterrando toda aquela alegria infantil ?
São criaturas transformadas pelas mazelas da sociedade
e sem a mínima decência usam da mais fria maldade
agem por instinto parecendo LOBO FAMINTO.
O tempo comeu nossa fraternidade ,
nos jogou espalhados pelas cidades ,
não somos mais uma irmandade , talvez o peso da idade ,
com voracidade nos rasgou as carnes ,nos furou os olhos mareados
de salgadas lágrimas .
mudam sua índole pueril
enterrando toda aquela alegria infantil ?
São criaturas transformadas pelas mazelas da sociedade
e sem a mínima decência usam da mais fria maldade
agem por instinto parecendo LOBO FAMINTO.
O tempo comeu nossa fraternidade ,
nos jogou espalhados pelas cidades ,
não somos mais uma irmandade , talvez o peso da idade ,
com voracidade nos rasgou as carnes ,nos furou os olhos mareados
de salgadas lágrimas .
E assim eles reúnem-se num teatro macabro,numa casa sem vida,
pensando somente na partilha, esquecendo-se da vida ,da vida vivida em harmonia , esquecendo-se dos dias em que éramos meninos e meninas,
filhos e filhas .
pensando somente na partilha, esquecendo-se da vida ,da vida vivida em harmonia , esquecendo-se dos dias em que éramos meninos e meninas,
filhos e filhas .
Rogo a ti DEUS !
não me abandona,
me deixa acreditar que,
entre tantos ainda exista
um que me proteja
me dê a mão no escuro
e diga que acredita em mim
e num simples olhar amanse meu coração .
não me abandona,
me deixa acreditar que,
entre tantos ainda exista
um que me proteja
me dê a mão no escuro
e diga que acredita em mim
e num simples olhar amanse meu coração .
quarta-feira, 30 de março de 2016
Vejo , via
Não consigo enxergar as coisas boas da vida
as coisa boas de outrora ...
As coisas que vejo são todas efêmeras ,impalpáveis , intocáveis ,
virtuais , inexistentes e nulas .
Vejo bebês abandonados ,gerados numa noite alucinante e obscura
Vejo crianças perdendo a inocência , aprendendo muito cedo a maior mácula dos adultos ,a indecência .
Vejo os jovens vegetando em suas redes sociais que os carregam para um fosso profundo .
Vejo os pais perdidos ao vento ,querendo inutilmente acompanhar os novos negros tempos .
Vejo os idosos jogados à própria sorte ,alimentando um prole que não é sua ,esperando somente a hora da morte .
Vejo professores sem o ânimo na profissão ,passando em procissão para um lugar chamado colégio ,onde só há sortilégio .
Não consigo enxergar as coisas boas da vida
as coisas boas de outrora ...
Via bebês gerados com amor e cercados de carinho .
Via crianças no parque, nas ruas , brincando de amarelinha,tocando a campainha da vizinha e correndo alegre pela chuva de tardinha .
Via os jovens lutando por dias melhores , em suas passeatas pacíficas pedindo um mundo melhor , mais educação .
Via os pais trabalhando pelo pão de cada dia, e ao chegar em casa tudo era alegria ,pois sabiam que na escola seu filho ou filha evoluía .
Via os idosos rodeados de bons filhos e netos apaixonados que ouviam suas histórias fantásticas e cheias de fantasias e assombrações .
Via professores cheios de entusiasmo, que davam aulas recheadas de novidades, sabíamos o nome de todas as cidades do Mundo .
Não consigo enxergar as boas coisas da vida
a coisas boas de outrora ...
Fui eu também o culpado do Mundo ter girado ao contrário ?
Adaptei-me aos tempos ?
Perdi o encanto ?
Ou só fiquei no canto ?
Vendo tudo mudar ?
Olhando simplesmente o arco-íris apagar ...
Olhava,olhava,olhava
minha língua falava
ralhava
debochava
e o punhal da amargura veio pontiagudo ,pondo fim às coisas boas da vida ,as coisa boas de outrora .
as coisa boas de outrora ...
As coisas que vejo são todas efêmeras ,impalpáveis , intocáveis ,
virtuais , inexistentes e nulas .
Vejo bebês abandonados ,gerados numa noite alucinante e obscura
Vejo crianças perdendo a inocência , aprendendo muito cedo a maior mácula dos adultos ,a indecência .
Vejo os jovens vegetando em suas redes sociais que os carregam para um fosso profundo .
Vejo os pais perdidos ao vento ,querendo inutilmente acompanhar os novos negros tempos .
Vejo os idosos jogados à própria sorte ,alimentando um prole que não é sua ,esperando somente a hora da morte .
Vejo professores sem o ânimo na profissão ,passando em procissão para um lugar chamado colégio ,onde só há sortilégio .
Não consigo enxergar as coisas boas da vida
as coisas boas de outrora ...
Via bebês gerados com amor e cercados de carinho .
Via crianças no parque, nas ruas , brincando de amarelinha,tocando a campainha da vizinha e correndo alegre pela chuva de tardinha .
Via os jovens lutando por dias melhores , em suas passeatas pacíficas pedindo um mundo melhor , mais educação .
Via os pais trabalhando pelo pão de cada dia, e ao chegar em casa tudo era alegria ,pois sabiam que na escola seu filho ou filha evoluía .
Via os idosos rodeados de bons filhos e netos apaixonados que ouviam suas histórias fantásticas e cheias de fantasias e assombrações .
Via professores cheios de entusiasmo, que davam aulas recheadas de novidades, sabíamos o nome de todas as cidades do Mundo .
Não consigo enxergar as boas coisas da vida
a coisas boas de outrora ...
Fui eu também o culpado do Mundo ter girado ao contrário ?
Adaptei-me aos tempos ?
Perdi o encanto ?
Ou só fiquei no canto ?
Vendo tudo mudar ?
Olhando simplesmente o arco-íris apagar ...
Olhava,olhava,olhava
minha língua falava
ralhava
debochava
e o punhal da amargura veio pontiagudo ,pondo fim às coisas boas da vida ,as coisa boas de outrora .
terça-feira, 15 de março de 2016
Tô de saco cheio do Mundo lá fora .
do barulho das mentes ocas ,
da sinfonia de buzinas enlouquecidas,
tenho medo dos latrocidas .
Não passo mais naquelas ruas estreitas,
lá espreitam minha bolsa,
teu tênis,
e aquilo chamado celular .
As crianças são cobiçadas,
as mulheres bulinadas,
os homens mortos por jovens tortos,
nas esquinas sombrias .
Nas escolas compramos drogas,
nas salas alunos sem rumo,
professores sem prumo,
enquanto a educação rumina ...
Procuro as flores,
elas estão cheias de fétidos odores,
as arvores respiram fuligem,
e banham-se de ácidas chuvas .
Olho ao longe ,ao infinito,
e não vejo mais o horizonte,
nem os belos montes ,
nem monges .
A multidão passa num vai e vem,
e freneticamente andam e andam e andam,
e não se encontram , não se contam,
apenas se esbarram ,se chocam , mas nunca se tocam.
Tô de saco cheio do Mundo lá fora
Então me tranco
não sinto o vento
não vejo o tempo ,
não saio ao sol ,
não vejo a lua ,
e minh'alma se esvai,
meu espírito sai,
eu não sou ,
não estou
e nem vou
não amo
não odeio
não leio ...
Tô tambem de saco cheio desse mundo que há dentro de mim ...
do barulho das mentes ocas ,
da sinfonia de buzinas enlouquecidas,
tenho medo dos latrocidas .
Não passo mais naquelas ruas estreitas,
lá espreitam minha bolsa,
teu tênis,
e aquilo chamado celular .
As crianças são cobiçadas,
as mulheres bulinadas,
os homens mortos por jovens tortos,
nas esquinas sombrias .
Nas escolas compramos drogas,
nas salas alunos sem rumo,
professores sem prumo,
enquanto a educação rumina ...
Procuro as flores,
elas estão cheias de fétidos odores,
as arvores respiram fuligem,
e banham-se de ácidas chuvas .
Olho ao longe ,ao infinito,
e não vejo mais o horizonte,
nem os belos montes ,
nem monges .
A multidão passa num vai e vem,
e freneticamente andam e andam e andam,
e não se encontram , não se contam,
apenas se esbarram ,se chocam , mas nunca se tocam.
Tô de saco cheio do Mundo lá fora
Então me tranco
não sinto o vento
não vejo o tempo ,
não saio ao sol ,
não vejo a lua ,
e minh'alma se esvai,
meu espírito sai,
eu não sou ,
não estou
e nem vou
não amo
não odeio
não leio ...
Tô tambem de saco cheio desse mundo que há dentro de mim ...
Pra voce minha querida prima Cleopatra Albuquerque
domingo, 13 de março de 2016
Viver
Ouvi o som do meu coração ,esqueci o som da liberdade vigiada
e assim pisei e travessei o arco-iris ...
E fui .
Fui em passos lentos , bem lentos , caminhando devagar ,deixando o tempo atrasado , enganando a vida que queria correr .
Mas a vida correu ...
O tempo veio e assim fui levada a viver a força , e a força dos deveres ,nos corta as pernas , nos
cega os olhos ,nos consome as forças ,nos engana , nos retalha as carnes já cansadas , inflama o coração que um dia foi doce e inocente , e o pior nos torna dementes .
Fingimos ser o que nunca seremos .
E fui atravessando aquele arco-íris , e na outra ponta não alcancei o que queria , não vi a luz do dia ,não vi ,não verei .
E voltei .
Mas a vida correu , o relógio não parou , a chuva cessou , o rio secou , o mar invadiu o vazio .
E o brio virou breu .
E lá ...
E lá se foi aquilo que nunca existiu , se extinguiu o sonho .
E o Mundo mostrou-se medonho,
tristonho
chato
opaco ...
E o ocaso ,foi o caso final
daquilo que reluzia
mas do outro lado não existia .
A bruma escondeu o caminho de volta ,e a revolta da vida ,é viver ,
é viver .
É apenas viver ,
e viver é o maior martírio daqueles
que tem medo de morrer .
Viver , viver
e ver o que nunca esta lá .
Viver , viver ,viver e nada aprender .
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Escuridão
O mês mais esperado do ano ,pelos meninos e meninas, rapazes e moças do Fransquim e da Maria Justa ,era o JANEIRO , eitha a gente não cabia dentro do corpo , parece que o espirito da magia tomava conta de todos nós , e ouvíamos a mamãe e o papai combinando a folga para a filharada , mas a folga mesmo era do papai , pois a casa do Benfica ia ficar entregue ás moscas e claro ele adorava aquela paz ,a gritaria, as brigas ,os choros , as arrengas ,as músicas no mais alto volume iam mudar de endereço ,para ele somente o som de suas máquinas serras e martelos batendo no aço ,para ele sinfonia , e a visão da fumaça de seu cubano.
E de manhã bem cedo um FMN 1970 verde, parava na porta , era uma algaravia , vixe era muita coisa pra botar no caminhão do Seu Manuel ,sacolas ,malas ,e a sanfona ,muita bugiganga , e claro nós ,o contingente era tão grande que o papai contratava um caminhão ,pra garantir a paz dele e nossa felicidade ...
Eu, muito menina ficava com pena ,pois ele nunca " podia " ir ,todos à bordo e o carro ia pela José Bastos e ia seguindo ,nem víamos o trajeto ante tantas brincadeiras na carroceria , e o cuidado do Willame , e de repente estávamos na Serra de Tucunduba .
Estava ali diante dos nosso olhos a imponência da natureza e a grandeza daquela serra , o caminhão não subiria devido as chuvas do nosso inverno cearense ,e carregar tudo lá pra cima era o único castigo , as parafernálias tornavam-se leves , e assim começava a subida para a gloria,e as nuvens se formando ,nós subindo e o riacho descendo bem ao nosso lado ,e aqui e ali uma parada para beber água na bica e empurrar alguém na água gelada.
Aqui acolá aparecia um índio, o pequeno vilarejo sabia que seriam dias de festa ,as senhoras mandatárias não levavam peso , já tinham o ofício de fazer as comidas , e que comidas...
E assim após uma hora de caminhada para cima ,eis que surge a casa, a gritaria era geral , uma construção colonial ao pé do abismo da,pirambeira, do sucavão , com salas gigantes , cozinha enorme , pátios entre os quartos assombrados , e claro com a capela colada à casa , uma área de terra a sua frente, se saíssemos correndo feitos loucos da casa corríamos o risco de descer ,descambar pelo abismo , tudo era maravilhoso , grandes mesas de madeira fornidas ,fogão à lenha , panelas gigantes , camas, e muitas ,muitas redes .
Não sabia de onde saia tanta fartura de comida , que eram guardadas à sete chaves nos armários de parede de portas robustas , que mesmo assim eram violadas , quando lá dentro tinha galinha assada , e quem pegava eram os santos da família acima de qualquer suspeita, eu via tudo mas se falasse ,não comia ,era cúmplice ...
E de noite vinham os sanfoneiros que animavam a escuridão da serra com o som de Luís ,filho de Januário , e a preparação da festa de São Sebastião, aumentava nossa fé .
E a hora do sono vinha carregada de histórias de assombração ,e elas eram bem reais , pois o Rogério Wayne Noronha contava as histórias ,e o Ricardo se vestia de alma penada que vinha à noite perturbar nosso sono ,e pra piorar tudo a luz vinha de lamparinas , velas e lampião a gás, e isso contribuía para aumentar o pavor do escuro da noite tenebrosa .
As almas dos escravos desciam das grandes arvores e levariam quem estivesse do lado de fora da casa , e ai daquele que chegasse até as janelas ,para sequer apreciar a Lua que não aparecia , mesmo que fosse noite de Lua cheia.
A escuridão engolia a casa , e somente a capela ficava iluminada .
Mas lá fora não havia poste de luz ?
Era impossível chegar lá,mesmo estando ela tão perto ...
A escuridão tinha grandes olhos de fogo, unhas gigantescas que podiam partir-nos ao meio,um estômago que cabiam vinte crianças vivas ou não , e ela nos deixava mudos ,cegos, mancos ,nem podíamos respirar ,então para nos salvar tínhamos que dormir ,e só levantar ao primeiro raio de Sol .
E assim os jovens quase adultos se livravam das crianças e os enamorados podiam conversar no salão das festas até o dia raiar , sendo as vezes atrapalhados ou vigiados pelas mandatárias da casa que passavam vez ou outra rezando seus terços de cristal .
E assim crescemos felizes ....
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
"Quem sou você que me responde do outro lado de mim".....
Numa noite ensolarada
saí a vagar acompanhado
de minha breve loucura .
E observava as pessoas dementes ,
de cabeça perfeita ,de pensamentos
nulos ,impuros .
E eu era o insano ...
Eu conseguia ser o eu louco ,
e no meu pensamento oco ,eu me afundava
nas verdades mentirosas .
E vagando em minhas noites ensolaradas ,
eu corria ,corria ,
e assim escorria a minha tristeza em estar vivo ,dentro de uma morta alma fria .
E quando achei a porta, ela era feita de nuvens ,
horrorosamente azuis ,
e vi a cruz ,aquela que não carrego , uma cruz levemente pesada e crua .
Zombei da Lua
da tua
da nua
Danei ,esqueci o que nunca lembrei ,
me fechei no espaço apertado
da minha imensa mente .
Será que sou ou nasci demente ?
Sei não , talvez eu saiba o sim da vida
claramente obscura , vida molemente dura .
Vago dentro de mim,
e vejo que não há nada ,
nada de vago naquele vago lugar ..
Caminho pra morte,
seria minha maior sorte ,
me ver morto num alaúde
onde o choro me ilude,
ilude e inunda minha cabeça
por vezes
rasa
e consequentemente
muito profunda ...
saí a vagar acompanhado
de minha breve loucura .
E observava as pessoas dementes ,
de cabeça perfeita ,de pensamentos
nulos ,impuros .
E eu era o insano ...
Eu conseguia ser o eu louco ,
e no meu pensamento oco ,eu me afundava
nas verdades mentirosas .
E vagando em minhas noites ensolaradas ,
eu corria ,corria ,
e assim escorria a minha tristeza em estar vivo ,dentro de uma morta alma fria .
E quando achei a porta, ela era feita de nuvens ,
horrorosamente azuis ,
e vi a cruz ,aquela que não carrego , uma cruz levemente pesada e crua .
Zombei da Lua
da tua
da nua
Danei ,esqueci o que nunca lembrei ,
me fechei no espaço apertado
da minha imensa mente .
Será que sou ou nasci demente ?
Sei não , talvez eu saiba o sim da vida
claramente obscura , vida molemente dura .
Vago dentro de mim,
e vejo que não há nada ,
nada de vago naquele vago lugar ..
Caminho pra morte,
seria minha maior sorte ,
me ver morto num alaúde
onde o choro me ilude,
ilude e inunda minha cabeça
por vezes
rasa
e consequentemente
muito profunda ...
Ao seu insano e consciente irmão .
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Raízes
O quê seus olhos vêem ?
Num simples tronco esquecido e sem uso ?
Metaforicamente ...
Vejo minha jornada de vida .
Claro que excluindo as boas coisas que vivi e que ainda possuo ...
Por vários anos acreditei não existir o mal .
Mas isso foi quando era criança ...
A adolescência foi cruel , mamãe me avisou .
CUIDADO ...!
E eu claro me armei com a Divina Couraça Divina .
E o tempo passou.
O mal acordou , sobrevoou minha vida novamente ,mas eu já era adulta,e apesar de tudo ainda acreditava num Mundo lúdico e mágico.
E nesse buraco sem vida ,vi de novo a face do inominável.
Um rosto , uma cara , um olhar tenebroso,gélido,sem vida ,dantesco,sem expressão,diabólico,demoníaco.,insano ...
Envolto num lodo árido ,sem viço,matéria morta .
E o medo ?
Medo !
Sou semente boa,
Sou filha de Deus
Sou filha de Francisco e Maria.
E assim renasci
Podia estar dormente
Mas germinei novamente...
E minhas raízes crescerão firmes e esmagarão essa face inoportuna
e serei livre.
Serei eu ,
serei livre de todo mal.
Serei livre de tu .
Num simples tronco esquecido e sem uso ?
Metaforicamente ...
Vejo minha jornada de vida .
Claro que excluindo as boas coisas que vivi e que ainda possuo ...
Por vários anos acreditei não existir o mal .
Mas isso foi quando era criança ...
A adolescência foi cruel , mamãe me avisou .
CUIDADO ...!
E eu claro me armei com a Divina Couraça Divina .
E o tempo passou.
O mal acordou , sobrevoou minha vida novamente ,mas eu já era adulta,e apesar de tudo ainda acreditava num Mundo lúdico e mágico.
E nesse buraco sem vida ,vi de novo a face do inominável.
Um rosto , uma cara , um olhar tenebroso,gélido,sem vida ,dantesco,sem expressão,diabólico,demoníaco.,insano ...
Envolto num lodo árido ,sem viço,matéria morta .
E o medo ?
Medo !
Sou semente boa,
Sou filha de Deus
Sou filha de Francisco e Maria.
E assim renasci
Podia estar dormente
Mas germinei novamente...
E minhas raízes crescerão firmes e esmagarão essa face inoportuna
e serei livre.
Serei eu ,
serei livre de todo mal.
Serei livre de tu .
Adriana Noronha
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Pesar
O pesar ,carregamos às costas ,
vamos seguindo nosso rumo ,nossa lida,
passando por caminhos em que outrora fomos felizes.
O pesar está ali,bem ali,no surrado coração,a liberdade é efêmera, vivemos presos,vivemos realmente presos...
O inferno são os outros ?
E eu sou santa ?
E tu és o vilão ?
O pesar nos pesa na alma.
Calma,calma meu coração,vou te aliviar,folgar teu nó,deixar tu viver ,
vou de tu ter dó.
Vou carregar o meu pesar na mão .
Quero te aliviar tirar de tu a solidão.
Minha mente voa,vou à toa , sou a fria garoa ,minha Lua é morna , e o Sol não me esquenta ,ele com seus raio minha saudade aumenta.
Vai, não inventa , Levanta e tenta .
O pesar pode pesar pouco,seja tu ,seja rouco ,seja louco,mas nunca ,nunca seja oco .
Não tenha medo da sorte,adie sua morte,seja mais nobre,seja forte,mesmo que te faltem forças.
Ouças o som do trovão .
Esse som vem do seu coração.
vamos seguindo nosso rumo ,nossa lida,
passando por caminhos em que outrora fomos felizes.
O pesar está ali,bem ali,no surrado coração,a liberdade é efêmera, vivemos presos,vivemos realmente presos...
O inferno são os outros ?
E eu sou santa ?
E tu és o vilão ?
O pesar nos pesa na alma.
Calma,calma meu coração,vou te aliviar,folgar teu nó,deixar tu viver ,
vou de tu ter dó.
Vou carregar o meu pesar na mão .
Quero te aliviar tirar de tu a solidão.
Minha mente voa,vou à toa , sou a fria garoa ,minha Lua é morna , e o Sol não me esquenta ,ele com seus raio minha saudade aumenta.
Vai, não inventa , Levanta e tenta .
O pesar pode pesar pouco,seja tu ,seja rouco ,seja louco,mas nunca ,nunca seja oco .
Não tenha medo da sorte,adie sua morte,seja mais nobre,seja forte,mesmo que te faltem forças.
Ouças o som do trovão .
Esse som vem do seu coração.
domingo, 3 de janeiro de 2016
Santa mãe de nós
Estamos agora tão longe dela ...
E naquele cortejo todos e todas tão bonitos e bonitas
bem vestidos .
Juntos ,pelo menos naquele momento ...
Rezando e ouvindo o sermão , todos contritos e falando como gostavam dela ,
o quanto era maravilhosa, uma mãe querida ,uma avó perfeita ,uma esposa devota ,sogra gentil ,uma tia adorável digna de todas as honras e louvores .
E muitos ,muitos abraços e sorrisos ...
Um picadeiro armado chamado velório onde todos se reúnem , quase todos ,faltou o caçula .
Por quais caminhos ele estava ?
Que não pudesse correr a esse último encontro ...
E quem somos nós para julgá-lo , por certo somos todos santos .
A matriarca sempre foi austera ,por muitas vezes megera ,manipuladora dos destinos alheios , opressora ,descobria um santo para cobrir outro , retaliadora , ciumenta , pragmática e nos criou a mão de ferro .
Seu maior desgosto não devo citar , sua maior qualidade , a generosidade, nunca foi dissimulada , dizia na cara mesmo ,orgulhosa muito orgulhosa .
E cantava sempre sorrindo para nos embalar em vida .
Sua morte não a torna SANTA .
Mas a sua alma torna-se livre e vai pairar num infinito desconhecido .
Então aos que a amaram ,aos que algumas vezes a desrespeitaram ,aos que a veneraram talvez para se redimir dos pecados ,aos que a admiravam e aos seus filhos e filhas ,tenham tolerância ,sinceridade ,benevolência ,para que nossa familia não abra falência
E que Deus dê a nossa mãe um bom lugar .
Ela agora é Santa ...
Santa mãe de nós , seus filhos e filhas .
Vento amigo do tempo
O que dizer de você ?
O que falar da Senhora de todos nós ?
Nada .
Nada pode nessa hora fazer .
Onde estais agora ?
Por quais caminhos seguiu, teu espírito incansável, teu espírito dominador ,tua voz altiva,tuas palavras ferinas, tuas doces palavras , tua sagacidade em identificar o mal,tua índole controversa,teu amor, teu clamor ,teu rancor, tuas preces,tuas vestes.
O absoluto tu encontrastes ?
Ou absolutamente não existe mais vida alem da vida ?
E nós teus filhos e filhas ?
Ainda somos nós ?
Somos não !
Somos cão !
Não somos mais nós .
Somos sós .
Orfãos de pai e principalmente de mãe .
O vento amigo do tempo nos espalhou , espatifou-se aquela união , agora é cada um por si ,tamo juntos mais não .
O mais velho se foi .
A preferida virou-me as costas .
A poderosa voou .
Ainda tenho o justo perto de mim .
A de cabelos cacheados mora longe .
O artista esqueceu as cores da vida .
O motorista gosta mais da preferida .
A Colega fica entre a cruz e a espada.
Esse desmanchou a vida e ainda não a refez .
O irmão pacato cidadão se foi , ceifado pelo inominável .
O fortão sempre foi um fraco .
Eu , eu sou a Ovelha Negra .
O caçula trancou-se em seu mundo transcendental .
E assim será ...
Até que um de nós tenha a audácia , a astúcia , a coragem de reunir todos de novo , não num funeral ...
Mas nos reunirmos de novo no nosso encantado quintal , naquela mesa antiga que nos juntou por anos sem fim .
Um sonho impossível ?
Ou um sonho sonhado junto ?
O tempo amigo do vento ,pode um dia nos juntar novamente ?
O que falar da Senhora de todos nós ?
Nada .
Nada pode nessa hora fazer .
Onde estais agora ?
Por quais caminhos seguiu, teu espírito incansável, teu espírito dominador ,tua voz altiva,tuas palavras ferinas, tuas doces palavras , tua sagacidade em identificar o mal,tua índole controversa,teu amor, teu clamor ,teu rancor, tuas preces,tuas vestes.
O absoluto tu encontrastes ?
Ou absolutamente não existe mais vida alem da vida ?
E nós teus filhos e filhas ?
Ainda somos nós ?
Somos não !
Somos cão !
Não somos mais nós .
Somos sós .
Orfãos de pai e principalmente de mãe .
O vento amigo do tempo nos espalhou , espatifou-se aquela união , agora é cada um por si ,tamo juntos mais não .
O mais velho se foi .
A preferida virou-me as costas .
A poderosa voou .
Ainda tenho o justo perto de mim .
A de cabelos cacheados mora longe .
O artista esqueceu as cores da vida .
O motorista gosta mais da preferida .
A Colega fica entre a cruz e a espada.
Esse desmanchou a vida e ainda não a refez .
O irmão pacato cidadão se foi , ceifado pelo inominável .
O fortão sempre foi um fraco .
Eu , eu sou a Ovelha Negra .
O caçula trancou-se em seu mundo transcendental .
E assim será ...
Até que um de nós tenha a audácia , a astúcia , a coragem de reunir todos de novo , não num funeral ...
Mas nos reunirmos de novo no nosso encantado quintal , naquela mesa antiga que nos juntou por anos sem fim .
Um sonho impossível ?
Ou um sonho sonhado junto ?
O tempo amigo do vento ,pode um dia nos juntar novamente ?
Adriana Noronha
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