Natal na Carapinima
O dia amanheceu assim , meio propício ao colorido das luzes de Natal, e o vuco vuco, das moças da Carapinima, lá no Benfica começou cedo, ao som na radiola ,a canção falava assim " menina que mora na ladeira,passa, passa, passa e desce a ladeira sem parar ".
Mas lá nem tem ladeira !
Ah, isso era só um detalhe, e a música seguia, mas elas, as moças do Benfica nem a ouviam, pois o alvoroço seria por conta da compras de natal ,de fim de ano, e o seu Brasil havia liberado uma grana bacana para as indumentárias, e para a ceia de natal, e lá se foram elas...
O ônibus escolhido foi o amarelinho Jardim América Centro, isso mesmo, tínhamos o luxo de escolher qualquer um, em nossa porta passavam vários, e as moças bonitas em seus vestidos de cinturas marcadas, seguiam rumo ao centro lá na Praça José de Alencar desceram, e começaram a bater perna, na Casa Blanca comprariam os tecidos,e assim seguiu, Casa da Bordadeira, Casas Pernambucanas, os brinquedos lá no Romcy, A Esquisita os sapaaaaatos, Samasa tinha utensílios domésticos, e as lojas de aviamentos mas sortidas, e os tecidos eram escolhidos com muito cuidado e sem pressa, Laise, linhos, brim, opala, sianinhas, fitas, gorgurão, botões, lá vem mamãe, colchetes,,linhas, muitas linhas.
A do meio sugeriu, que um pastel com caldo de cana, cairia bem, uma parada na Leão do Sul tradição e paquera, e na placa dizia: a zeitona do pastel tem carroço, e lá os rapazes se apraziam em olhares fortuitos direcionados àquelas moças bonitas e prendadas do Benfica.
E de volta a odisséia, lá iam elas cheias de pacotes, embrulhos, sacolas,sem esquecer de passar no Mercantil São José e comprar o peru, uvas passas,e os apetrechos da mesa natalina, e no coração a ilusão de vestir os irmãos e a caçula de príncipes e princesas, e no caminho de volta o contentamento e os planos, de botar a máquina da mamãe para acelerar suas emoções.
O dia exaustivo, merecia o descanso, e na noite tranquila, o silêncio foi quebrado por uma seresta, onde o rapaz de nome Saraiva cantava, " você abusou, tirou partido de mim abusou", a luz acendeu e as moças saíram à janela, a lua iluminava a Carapinima, que rendeu-se aos encantos do amor juvenil...
No dia seguinte elas formaram o pelotão dos irmãos, medindo ganchos, pernas, cinturas, mangas ,ombros, e eles deveriam ficar ali em banho maria, à disposição das modelistas, brim nos macacões dos meninos, sapatos Bamba, calças boca de sino, sapatos de plataformas e de verniz para os rapazes, vestido de gola de bico inglês, mangas bufantes, para a menina, sapatos de boneca e meias alvinhas.
Nos vestidos das moças do Benfica, bordados caprichados, nervuras, anáguas finas, fitas de cetim, e cinturas bem marcadas, decotes comportados,tons pasteis.
E assim crescemos ao redor daquelas que assumiram os afazeres da casa, ajudando a Maria Justa a criar os treze filhos, naquele universo, onde as mulheres comandavam todos e tudo.
E a máquina do tempo, não pode mais costurar aquelas roupas fantásticas e cheias de magia, que um dia nos embalou os sonhos, o sonho de sermos sempre unidos naquelas linhas, traçadas na máquina da união fraterna...
Mas lá nem tem ladeira !
Ah, isso era só um detalhe, e a música seguia, mas elas, as moças do Benfica nem a ouviam, pois o alvoroço seria por conta da compras de natal ,de fim de ano, e o seu Brasil havia liberado uma grana bacana para as indumentárias, e para a ceia de natal, e lá se foram elas...
O ônibus escolhido foi o amarelinho Jardim América Centro, isso mesmo, tínhamos o luxo de escolher qualquer um, em nossa porta passavam vários, e as moças bonitas em seus vestidos de cinturas marcadas, seguiam rumo ao centro lá na Praça José de Alencar desceram, e começaram a bater perna, na Casa Blanca comprariam os tecidos,e assim seguiu, Casa da Bordadeira, Casas Pernambucanas, os brinquedos lá no Romcy, A Esquisita os sapaaaaatos, Samasa tinha utensílios domésticos, e as lojas de aviamentos mas sortidas, e os tecidos eram escolhidos com muito cuidado e sem pressa, Laise, linhos, brim, opala, sianinhas, fitas, gorgurão, botões, lá vem mamãe, colchetes,,linhas, muitas linhas.
A do meio sugeriu, que um pastel com caldo de cana, cairia bem, uma parada na Leão do Sul tradição e paquera, e na placa dizia: a zeitona do pastel tem carroço, e lá os rapazes se apraziam em olhares fortuitos direcionados àquelas moças bonitas e prendadas do Benfica.
E de volta a odisséia, lá iam elas cheias de pacotes, embrulhos, sacolas,sem esquecer de passar no Mercantil São José e comprar o peru, uvas passas,e os apetrechos da mesa natalina, e no coração a ilusão de vestir os irmãos e a caçula de príncipes e princesas, e no caminho de volta o contentamento e os planos, de botar a máquina da mamãe para acelerar suas emoções.
O dia exaustivo, merecia o descanso, e na noite tranquila, o silêncio foi quebrado por uma seresta, onde o rapaz de nome Saraiva cantava, " você abusou, tirou partido de mim abusou", a luz acendeu e as moças saíram à janela, a lua iluminava a Carapinima, que rendeu-se aos encantos do amor juvenil...
No dia seguinte elas formaram o pelotão dos irmãos, medindo ganchos, pernas, cinturas, mangas ,ombros, e eles deveriam ficar ali em banho maria, à disposição das modelistas, brim nos macacões dos meninos, sapatos Bamba, calças boca de sino, sapatos de plataformas e de verniz para os rapazes, vestido de gola de bico inglês, mangas bufantes, para a menina, sapatos de boneca e meias alvinhas.
Nos vestidos das moças do Benfica, bordados caprichados, nervuras, anáguas finas, fitas de cetim, e cinturas bem marcadas, decotes comportados,tons pasteis.
E assim crescemos ao redor daquelas que assumiram os afazeres da casa, ajudando a Maria Justa a criar os treze filhos, naquele universo, onde as mulheres comandavam todos e tudo.
E a máquina do tempo, não pode mais costurar aquelas roupas fantásticas e cheias de magia, que um dia nos embalou os sonhos, o sonho de sermos sempre unidos naquelas linhas, traçadas na máquina da união fraterna...
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Alguém que já sentou na lua.